Durante agenda em Belo Horizonte nesta segunda-feira (12), o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira disse ter feito “quase que um pedido” ao governador Romeu Zema (Novo) para que ele “evite a polarização com o governo federal”.

“Acabamos de sair de uma eleição, a próxima será daqui a quatro anos. Nossa responsabilidade agora é dar respostas às tantas demandas do Brasil. Não podemos precipitar a eleição, e infelizmente muitas vezes o que vemos é isso, um discurso que foca muito na próxima eleição de presidente. Minas já pagou um preço muito caro por um projeto nacional que durou quatro anos e infelizmente não deu certo”, argumentou.

Silveira ainda destacou que “o presidente Lula tem sido muito enfático com a equipe, com todos os ministros, que todos devem trabalhar com os governadores e prefeitos, independente da coloração partidária para poder fazer com que o Brasil retome o crescimento, para poder gerar empregos, como forma sólida de combater a desigualdade”.

No mesmo evento, Silveira cobrou a aplicação de reajustes para os servidores da segurança pública e da saúde no estado.

“É importante destacar que o funcionalismo de Minas Gerais, pelo que eu tenho acompanhado, não tem cobrado um aumento salarial. Tem cobrado recomposição salarial. É inadmissível que o funcionalismo perca a capacidade de poder sustentar as famílias com o suor do próprio trabalho. Então nada mais justo que a segurança pública e os servidores da saúde também tenham os salários reajustados em Minas Gerais”.

Logo após o evento, Silveira reforçou a cobrança, por meio de uma publicação no Twitter.

No início deste mês, o governador Romeu Zema enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) uma proposta de reajuste de 12,48% para as carreiras da educação, sem propostas de correção para os demais setores do funcionalismo. 

A falta de mobilização do Executivo para reajustar os salários dos outros servidores motiva, inclusive, um forte movimento de obstrução da pauta governista na Casa, entre elas a aprovação do Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal (PAF), que pode impactar no processo de adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

“Todos sabemos da limitação dos estados, mas temos que buscar criatividade, parcerias com o governo federal, mecanismos de achar solução para a questão salarial da segurança pública e da saúde do estado de Minas Gerais. Eu tenho dito isso reiteradamente, é uma realidade, há nossa defesa incansável nesse sentido, há o apoio de boa parte dos parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas, e eu quero acreditar que o governo vai compreender a importância de dar esse reajuste e dar essa resposta, que é uma resposta, na verdade, à população”, destacou Silveira.

Ele também falou brevemente sobre as eleições municipais de 2024, que já têm diversos nomes cotados para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte: “é natural que o PSD discuta suas alianças, mas na verdade o partido ainda precisa debater internamente quem será o candidato em Minas. Hoje nós temos o prefeito da capital, não sabemos ainda se ele será candidato ou se será um candidato de consenso dentro do PSD. Eu espero que a gente encontre um caminho para apresentar não um nome, mas um bom projeto na capital dos mineiros”.

Além do prefeito Fuad Noman, pelo menos outros nove pré-candidatos estão cotados para a disputa do Executivo municipal no ano que vem.

Reforço na segurança

A entrega das 53 novas viaturas semi blindadas aconteceu na Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, no bairro Prado, região Oeste de Belo Horizonte. A frota será destinada a reforçar a segurança nos limites do estado, com o objetivo de minimizar os impactos do crime organizado.

“Nós investimos mais de R$ 50 milhões na Polícia Militar, na Polícia Civil e no Corpo de Bombeiros do estado para poder ajudar no combate ao crime, em especial no crime organizado. Eu costumo dizer que segurança pública não é gasto, é investimento. É imprescindível que os governos de estado tenham mais sensibilidade no trato com os profissionais da segurança”.

Os recursos para aquisição dos veículos foram obtidos por emendas parlamentares conquistadas pelo então senador Alexandre Silveira e pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD).