Investigação

Aliados de Dilma articulam nova CPI da Petrobras para 2015

Como as regras do Congresso determinam o fim das comissões parlamentares de inquérito antes do início da nova legislatura, é consenso na oposição que as investigações terão que se estender para o ano que vem

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 28 de outubro de 2014 | 11:44
 
 
 
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Com o apoio de parte dos aliados de Dilma Rousseff, a oposição vai pedir a criação de uma nova CPI da Petrobras para investigar o escândalo de corrupção na estatal em 2015.

Como as regras do Congresso determinam o fim das comissões parlamentares de inquérito antes do início da nova legislatura, é consenso na oposição que as investigações terão que se estender para o ano que vem.

A atual comissão, formada por deputados e senadores, deverá se encerrar em dezembro, quando o Congresso entra em recesso. A Legislatura se encerra em janeiro. Com isso, o novo Congresso, que tomará posse em fevereiro, terá que discutir se instala outra comissão de inquérito.

O governo trabalha para encerrar as investigações este ano, mas enfrenta resistências de seu principal aliado no Congresso, o PMDB, que defende a continuidade dos trabalhos.

Líder da bancada peemedebista e um dos favoritos para presidir a Câmara dos Deputados a partir de 2015, Eduardo Cunha (RJ) afirmou considerar inevitável uma nova CPI da Petrobras. Segundo seu raciocínio, o conteúdo da delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa não virá a público a tempo de a atual CPI poder se debruçar sobre ele.

"Eu não sou proponente da CPI, o que eu digo é que você tem uma CPI que morreu. E depois da CPI terminada vão aparecer os fatos decorrentes dessa delação. O Congresso não vai assistir essa situação e ficar correndo atrás da delação. Acho que no Congresso que vai se instalar [em fevereiro], vai acabar acontecendo [a CPI]."

Líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) disse que vai começar a coletar as assinaturas para a nova CPI entre os reeleitos nos próximos dias para tentar acelerar o processo de criação da comissão -que só pode sair do papel no ano que vem.

"Uma nova CPI é inevitável porque será preciso ter acesso aos processos de delação do Paulo Roberto e do [Alberto] Youssef homologados. Essa investigação não pode ser interrompida pela metade", afirmou.

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