Após cerca de três anos fechado em razão da pandemia de Covid-19, o Restaurante Popular da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) foi reinaugurado nesta quarta-feira (1°). Com refeições a R$ 3, sendo R$ 1,50 para beneficiários do Bolsa Família, o equipamento vai oferecer almoço de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h. A previsão é oferecer 1.250 refeições diárias.
Em ato simbólico, o presidente Gabriel Azevedo (sem partido) e o prefeito Fuad Noman (PSD), potenciais candidatos à prefeitura de Belo Horizonte em 2024, almoçaram juntos. De acordo com Fuad, não há "forçação de barra" alguma. "Tem parceria. Pelo o que entendo do presidente [Gabriel], é uma pessoa que quer trabalhar junto com a prefeitura. Tem as ideias dele, eu tenho as minhas, nós conversamos e vamos fazer o que é melhor pra cidade", disse o prefeito, que afirmou que "Gabriel é um bom amigo, assim como era Nely".
Gabriel apontou que a presença de Fuad, mais do que uma fala, é um gesto. "A relação entre a Câmara e a Prefeitura é o que vocês estão vendo aqui: os vereadores ao lado do prefeito, porque briga entre nós, não. Nós vamos brigar juntos contra os problemas da cidade e a fome é um grande problema", disse. Ao lado, estavam presentes os vereadores Henrique Braga (PSDB), Cláudio do Mundo Novo (PSD), Ciro Pereira (PTB), Jorge Santos (Republicanos), Wesley da Autoescola (PP) e Braulio Lara (Novo).
Como é praxe, a Câmara ainda devolveu à Prefeitura R$ 8,3 milhões, que, de acordo com Gabriel, são fruto de uma economia do mês de janeiro. "Isso dá 2,7 milhões de refeições baratas. (...) Se em 31 dias, nós conseguimos abrir um restaurante popular, é hora da Prefeitura pensar no mesmo prazo e encher essa cidade de refeição barata para o povo que está precisando", afirmou o vereador. Segundo ele, a Casa economizou em "papel, combustível e várias coisas do gabinete".
Em tom de brincadeira, Fuad cobrou mais recursos devolvidos. "A Câmara está sobrando dinheiro. Sabe quanto eu mando pra Câmara todo mês? Trinta e três milhões", apontou. Por fim, o prefeito agradeceu o gesto. "Vou pedir à Câmara que aumente o trabalho e também à sociedade para aumentar esses recursos, porque o problema da alimentação é um problema sério. Ninguém pode passar fome na casa da gente e Belo Horizonte é a nossa casa", acrescentou o prefeito, que garantiu que, como pediu Gabriel, os recursos serão investidos para a segurança alimentar da população em situação de vulnerabilidade.
Quando Fuad ainda estava chegando ao restaurente popular, Gabriel retirou do bolso R$ 6 em moedas e disse ao prefeito que pagaria o almoço. "De cortesia, R$ 6, R$ 3 pra mim e R$ 3 pra sua refeição para o senhor não falar que a Câmara nunca te deu nada", brincou o vereador. Fuad disse que deixaria Gabriel pagar. "Porque ele nunca paga nada. É pão duro", disse em seguida.
Acompanharam Fuad na visita ao restaurante popular o secretário de Governo, Josué Valadão, a secretária de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Rosilene Rocha, e a subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional, Darklane Rodrigues.