O ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores e da Justiça Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) decidiu abandonar o candidato de seu partido, o ex-governador de São Paulo João Doria, e encampar o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. Aloysio Nunes afirmou, em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", que fará campanha para o antigo rival ainda no primeiro turno da corrida ao palácio do Planalto.
"O segundo turno já começou e eu não só voto no Lula como vou fazer campanha para ele no primeiro turno", disse o ex-chanceler do governo Michel Temer, e que comandou a pasta de Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso.
"Não existe essa terceira via. Só existe duas. A da democracia e a do fascismo. Se quisermos salvar o Brasil da tragédia de Bolsonaro, teremos de discutir o que vamos fazer juntos", afirmou o ex-ministro.
Um grupo expressivo da antiga velha guarda do PSDB já desembarcou da candidatura de Doria, que trava uma batalha com Simone Tebet (MDB) para se viabilizar como candidato único dos dois partidos e também do Cidadania. A escolha será feita por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas, cujo resultado será anunciado no dia 18.
História na esquerda
Apesar da longa trajetória no PSDB, na qual tornou-se um dos grandes adversários do PT em São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira tem origem política na esquerda. Ele foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) após o golpe de 1964. Depois, com o partido resistindo em participar da luta armada, migrou para a Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira onde foi motorista e guarda-gostas de Carlos Marighella.
Antes de ingressar no PSDB, em 1997, ele também passou pelo MDB entre 1974 e 1980.
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