Ter um parente poderoso não foi suficiente para alguns candidatos a vereador em Belo Horizonte, que não conseguiram se eleger na capital mineira. Os dois casos de maior destaque são Manu Bim (Avante), filha do deputado estadual e ex-vereador da capital, Bim da Ambulância (Avante); e Doutor Cristian Aquino (Podemos), filho da ex-presidente da Câmara e agora deputada federal, Nely Aquino (Podemos).

No caso do herdeiro de Nely Aquino, outros aspectos chamam a atenção na tentativa de eleição. Além do espólio eleitoral da mãe, que já foi considerada uma das figuras políticas mais poderosas de Belo Horizonte e eleita deputada federal em 2022 com mais 66 mil votos, deveria ter pesado a favor a ajuda financeira dada pelo partido Podemos. A legenda é comandado em Belo Horizonte pelo pai do candidato, Rony Rinco Rodrigues, e destinou cerca de R$ 878 mil para a campanha a vereador de Doutor Cristian Aquino. 

Considerando que ele terminou a eleição com 6.828 votos, o gasto médio foi de R$ 128 por voto conquistado, aproximadamente. Um investimento alto quando comparado ao realizado pelo vereador eleito Pablo Almeida (PL), mais votado da capital e que fez a campanha com aproximadamente R$ 290 mil reais, um custo médio de R$ 7 por voto. Um esforço não foi suficiente para garantir um lugar na Câmara.

A reportagem tentou contato com Nely Aquino e Doutor Cristian para comentar quais os próximos passos ou se o candidato vai tentar em outras ocasiões, mas ainda não obteve um retorno.

Caminhada

Manu Bim, por sua vez, diz que irá tentar uma vaga na Câmara em outras ocasiões e avalia que a pouca idade, ela tem apenas 18 anos, pode ter contribuído para uma resistência dos eleitores em apostar nela para dar continuidade ao trabalho do pai, o deputado estadual Bim da Ambulância. Manu Bim recebeu cerca de R$ 80 mil do partido e outros R$ 120 mil de doadores privados, com um custo médio de R$ 43 por voto conquistado.

“Confesso que estou bem feliz, bem motivada com a votação que tive esse ano (4.630 votos), por ser a minha primeira vez, por eu ter 18 anos, serviu muito de experiência, aprendizado. Eu estou completamente motivada para a próxima, porque é um sonho meu de infância. Talvez pela minha idade, não tenha passado tanta credibilidade para as pessoas, mas estou bem motivada para a próxima”, afirmou.

Apesar dos dois que não se elegeram, a Câmara de Belo Horizonte segue com outros vereadores, eleitos ou reeleitos, que têm vinculação com figurões da política mineira. Casos de Pedro Patrus (PT), filho do deputado federal e ex-prefeito da capital Patrus Ananias (PT); Pedro Rousseff (PT), sobrinho neto da ex-presidente Dilma Rousseff; Professora Marli (PP), mãe do Chefe da Casa Civil do governo Zema, Marcelo Aro; da vereadora Marilda Portela, esposa do deputado Lincoln Portela e mãe de Alê Portela, deputada estadual licenciada para assumir a secretaria de Desenvolvimento Social do governo do Estado; e Flávia Borja (DC), esposa do ex-deputado federal Fernando Borja.