Pessoas que buscam cursos profissionalizantes por meio do programa Universidade Aberta Integrada de Minas Gerais (Uaitec), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), relatam apreensão e frustração pelo atraso no início das aulas. Um candidato, que pediu para não ser identificado, contou ao Aparte que chegou a se matricular no curso de analista de mídias sociais, em setembro de 2017, mas, até o momento, não iniciou o curso.
“Eu tinha lido que o curso era bem legal. Trabalho com site e queria me aperfeiçoar em técnicas para o Instagram, não o utilizava. Queria pegar macetes para alavancar o Instagram do site. Porém, acabei tendo que seguir dicas de amigos para isso. Se já tivesse feito o curso, poderia ter tido um retorno profissional ainda melhor”, afirmou. Devido à demora, o jovem abriu requerimentos para saber os motivos que estão emperrando o início das aulas.
Em um deles, a equipe da Uaitec informou que o atraso se devia a uma alteração na grade de ensino. “A Sedectes optou por uma mudança na metodologia de ensino utilizada anteriormente, para uma mais avançada”, diz a resposta. Em outro trecho, a equipe do projeto justificou que, em virtude dessa mudança, “houve um atraso no processo de contratação da empresa ofertante dos cursos, o que ocasionou também um atraso no início das aulas”.
As justificativas, entretanto, não convenceram os alunos, que consideram que o governo de Minas não está levando-os a sério. “É uma falta de respeito com a gente. No dia da matrícula fiquei uma manhã inteira em uma fila. Cada hora dão uma resposta diferente, e a gente cria expectativas. Alguns candidatos dependiam desses cursos, alguns se matricularam achando que teriam uma oportunidade de emprego garantida”, contou um aluno.
A Uaitec oferece de forma gratuita cursos profissionalizantes por meio de mais 108 polos instalados pelo Estado e outros 70 cursos na modalidade de ensino a distância. O público-alvo são jovens que buscam qualificação e o primeiro emprego, ou ainda pessoas que querem se aperfeiçoar para retornar ao mercado de trabalho.
Em nota enviada à coluna, a Sedectes informou que “está reformulando as atividades para sanar as deficiências deixadas pela última administração e que tenham, possivelmente, causado transtornos pela descontinuidade da ação”. A pasta também revelou ter constatado que “o curso em questão não foi oferecido por pendências em contrato de aquisição, entre a última gestão e a empresa responsável pela realização dos cursos”.