O deputado federal André Janones (Avante) possui atuação na Câmara marcada pela língua afiada e até mesmo pelo tom considerado agressivo. O jeito, inclusive, lhe rende um processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, movido pelo Solidariedade.
Porém, nesta semana, a coluna Aparte teve acesso ao que pode ser outra polêmica do parlamentar. A reportagem recebeu prints do que seriam diálogos de Janones com internautas, nos quais o parlamentar teria utilizado palavras de baixo calão e ofensas. Procurado, o deputado não garantiu a veracidade das conversas.
“Não sou de recuar no que falo e faço. Acho que meu principal traço de personalidade é a coragem. Não posso dizer (sobre a veracidade dos prints), pois não me recordo dos textos, inclusive, pedi ao pessoal que trabalha comigo na coordenação de redes sociais para tentar encontrar (os diálogos), e eles não encontraram. E como respondo, em média, de 200 a 300 por dia, é absolutamente impossível lembrar”, ponderou.
Porém, em seguida, o deputado emendou que costuma responder na mesma linha de como é interpelado.
“Quando as pessoas me agridem ou faltam com o respeito, é dali para pior. Trato as pessoas da maneira como elas me tratam, a isso eu dou o nome de ‘personalidade e autenticidade’. Costumo dizer que, do jeito que vem, volta. Aquele que for com educação vai ser respondido com educação, mas, se quiser me esculhambar, chamar de ‘bandido, pilantra, safado’, não vai, porque sou um cara honesto. Posso ter divergências ideológicas, e isso é aceitável na democracia, mas nunca roubei um centavo do dinheiro público. Não admito ofensas pessoais”, continuou.
O fato de não ter papas na língua não faz Janones temer uma repercussão que o prejudique no Conselho de Ética da Câmara. O relator do processo vai ser escolhido entre os deputados JHC (PSB-AL); Célio Moura (PT-TO); e Luiz Carlos Motta (PL-SP).
“Tenho plena convicção de que não vai resultar em nada, porque vou alegar a exceção da verdade. Disse que na Câmara existem bandidos, e existem porque não tem outro nome para eu chamar quem toma posse dentro de uma cela. Tem deputado albergado, que trabalha aqui e depois volta para a cadeia. Temos um deputado que falou em matar em rede nacional. Se isso não é ser criminoso, não sei mais o significado da palavra. E, se eles me desafiarem, vou pegar a ficha criminal deles e ler da tribuna, aí vamos ver se tem ou não tem bandido”, completou.