As negociações por uma federação partidária entre MDB e Republicanos estão paralisadas até segunda ordem. A interrupção foi confirmada ao Aparte por interlocutores de ambos os partidos. Apesar de seguir como uma hipótese, a federação, que alcançaria 88 deputados federais e 16 senadores, entusiasma hoje mais o MDB do que o Republicanos.
As discussões arrefeceram no início deste mês, durante o Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, onde estiveram o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. Conhecido como “Gilmarpalooza”, o evento é apadrinhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Em alerta desde o anúncio da federação partidária entre o União Brasil e o PP, interlocutores do MDB atribuem a paralisação a uma resistência do Republicanos. Os emedebistas se referem à junção como uma “questão de sobrevivência” do partido. Cerca de 50% do Fundo Eleitoral é distribuído de acordo com o número de deputados federais, por exemplo.
A avaliação entre interlocutores do Republicanos, por sua vez, é que uma federação partidária com o MDB traria a tiracolo uma disputa interna por espaços. Os auxiliares do partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus argumentam que a aliança não provocaria “um ganho político significativo” e que a legenda já tem uma “identidade própria”.
Apesar de Minas Gerais ter o senador Cleitinho (Republicanos) e o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, cotados como candidatos ao governo em 2026, interlocutores de MDB e Republicanos deixam claro que o Estado não foi um empecilho para viabilizar a federação. A aliança faria o gosto dos dois diretórios estaduais.
MDB e Republicanos compõem o mesmo bloco na Assembleia Legislativa. Enquanto a bancada do partido de Baleia é formada por dois deputados estaduais, Tadeuzinho e o líder do governo Romeu Zema (Novo), João Magalhães, a do partido de Pereira é formada por quatro, Carlos Henrique, Charles Santos, Enes Cândido e Mauro Tramonte.
As negociações devem permanecer paralisadas pelo menos até 25 de agosto, quando o Republicanos realizará eventos para celebrar seus 20 anos. Pereira não quer que a eventual aliança ofusque as comemorações, que terão uma sessão solene na Câmara dos Deputados e uma festa no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.