O presidente do diretório de Belo Horizonte do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e secretário de Assuntos Jurídicos da Juventude Socialista Brasileira (JSB) Nacional, Caio Caldeira, pediu a expulsão do deputado catarinense Bruno Souza da sigla. Após postar em suas redes sociais uma foto ironizando o 1º de abril, data em que é comemorado o Dia da Mentira, o deputado foi amplamente criticado por internautas e correligionários.

Na imagem, o parlamentar aparece com um suposto projeto de lei em mãos que “institui o 1º de abril como o dia em que o socialismo deu certo no Estado de Santa Catarina”. Internautas condenaram o desperdício de impressão para a brincadeira. Por sua vez, os companheiros de legenda criticaram a ação, já que vai contra a ideologia da sigla a qual o parlamentar é filiado.

O pedido de expulsão assinado juntamente com o presidente nacional da JSB e do diretório de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Tony Sechi, foi enviado para a cúpula nacional do PSB na semana passada. “A gente teve a visão de que foi uma brincadeira muito desrespeitosa. Ele é filiado ao partido e desde a campanha eleitoral tem colocado diversos pontos avessos às diretrizes do PSB. A brincadeira de 1º de abril foi o estopim. Ele ridiculariza o partido”, afirmou Caldeira.

No documento, os signatários afirmam que, com a ação, o deputado infringiu uma série de normas do estatuto do partido, além de agir contra o Código de Ética e promover a infidelidade partidária. 
“Revela desprezo pelas regras estabelecidas no Estatuto e Código de Ética e Fidelidade Partidária do PSB, sendo incompatível com sua permanência no partido. Além disso, o comportamento vai contrário aos princípios gerais do direito administrativo, inclusive podendo ser evidenciado desvio de finalidade do representado”, traz o documento.

Sechi e Caldeira também classificam a conduta como gravíssima e dizem que é insustentável a posição do parlamentar “pelo fato de o pluralismo socialista ser bandeira principal do PSB, estando, inclusive, em seu nome”. Na visão do presidente do diretório de Belo Horizonte, o deputado não consegue enxergar que o tipo de socialismo que a legenda prega tem uma visão diferente do tradicional.

“O socialismo que nós defendemos, obviamente, não é o socialismo ligado a Karl Marx. É um socialismo que a gente chama de democrático, de avanço de desenvolvimento econômico junto a questão de assistencialismo. A ação mostra que ele mesmo não reconhece o socialismo que a gente defende”, disse Caldeira. Após o recebimento e a análise da cúpula nacional do partido, o caso deve seguir para o Conselho de Ética. 

“Com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o mandato é do partido e comprovado evidentemente que ele foi expulso justamente, o PSB pode ir a juízo pedir o mandato dele para que o suplente assuma”, pontuou Caldeira.

Procurado pelo Aparte, o deputado Bruno Souza afirmou, por meio de nota, que tem a “convicção de que a executiva nacional cumprirá o regimento, dando espaço para os devidos esclarecimentos, e que isso não vai prosperar”.