Servidores

Fiemg considera “inoportuno” reajuste salarial proposto por Zema

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais emitiu nota para questionar o governador

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 22 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) emitiu nota nessa sexta-feira (21) para questionar o reajuste ao setor da segurança pública proposto pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

A critica é extensiva também à emenda proposta e aprovada pelos deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que aumentam salário de servidores de outras categorias, como da educação.

A nota defende o veto total da proposta. “No momento em que os cofres do Estado sofrem com dívidas bilionárias, déficits recorrentes, falta de investimentos e salários parcelados, a entidade entende como um erro a proposição, por parte do Executivo, do Projeto de Lei 1451/2020, que agrava a situação das contas públicas. Por isso, pede que o governador Romeu Zema vete-o integralmente”, diz trecho do texto.

Ainda no documento, a instituição afirmou que foi um erro do governo atual “ceder à pressão dos funcionários da segurança”. Isso porque a tentativa de aumentar em mais de 40% nos vencimentos da categoria culminou com aumentos para todos os servidores com a emenda proposta pelos parlamentares da ALMG. 

O presidente da entidade, Flávio Roscoe, afirmou que “é um erro aceitar o corporativismo, principalmente em um momento em que o Estado não tem condições de pagar sequer a folha atual. É como emitir um cheque sem fundo”, argumenta.

Há quatro anos o funcionalismo de Minas Gerais recebe o salário parcelado. Durante a gestão de Fernando Pimentel (PT), quando os parcelamentos começaram, o servidor recebia o pagamento em até três depósitos. No ano passado, o governo Zema conseguiu diminuir esses parcelamentos para dois depósitos.

A Fiemg classificou a situação financeira do Estado como “calamitosa” e afirmou que Minas Gerais “é um dos que mais apresentam problemas fiscais no país”.

“O reajuste dos servidores põe em sério risco, inclusive, o Plano de Recuperação Financeira do Estado, fundamental para o futuro das contas públicas mineiras”, pontua Roscoe.

Quando o governo Zema apresentou o projeto, inclusive, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em um evento do Ministério da Infraestrutura em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que Minas ficaria fora do Plano de Recuperação Fiscal com a apresentação do projeto de reajuste salarial.

O Aparte procurou a Secretaria de Governo, que informou que não iria se manifestar sobre a nota da Fiemg.

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