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Kalil foi ‘sabatinado’ por vereadores em encontro para discutir as chuvas

Surpresa ficou por conta do clima ameno entre o prefeito e parlamentares tidos como desafetos, entre eles Gabriel Azevedo (sem partido) e Mateus Simões (Novo)

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 17 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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O prefeito Alexandre Kalil (PSD) foi à Câmara Municipal de Belo Horizonte na última sexta-feira para uma conversa com os vereadores sobre a reconstrução da cidade após as chuvas de janeiro. O diálogo, que foi iniciado com um único tema, acabou virando uma “sabatina” com o chefe do Executivo.

“Estou à disposição de todos, estou desarmado, qualquer assunto, não precisa ser esse que eu trouxe. Vim falar da chuva, estou preparado para falar da chuva, mas eu estou à disposição de todos os vereadores”, disse o prefeito no início do encontro.

A surpresa ficou por conta do clima ameno entre Kalil e parlamentares tidos como desafetos, entre eles Gabriel Azevedo (sem partido) e Mateus Simões (Novo). Entretanto, o encontro teve alguns momentos de discussão quente entre os presentes.

O diálogo mais áspero se deu entre Pedro Bueno (Podemos) e Kalil. O parlamentar questionou sobre uma promessa feita à época da campanha sobre dobrar o efetivo da Guarda Municipal. Em tom ríspido, segundo interlocutores relataram ao Aparte, o prefeito disse que não iria cumprir e teria indagado se o vereador tinha entendido a resposta.

Outro momento que destoou do restante da “sabatina” se deu quando Bella Gonçalves (PSOL) cobrou da prefeitura o acompanhamento de reassentamentos feitos na cidade e citou cortes feitos pelo governo federal. Kalil disse que aquele não era o momento de ficar apontando dedo e que não adiantaria falar de Jair Bolsonaro e outros ex-presidentes. O prefeito também disse que “a turma da bandeirinha vermelha” não esteve na ocupação do Isidoro orientando as pessoas a saírem das áreas de risco, se referindo a apoiadores do Movimento Sem-Terra. 

Um dos pré-candidatos do Partido Novo à Prefeitura de Belo Horizonte, Mateus Simões elogiou o encontro e o considerou respeitoso e construtivo. Ao Aparte, o vereador disse que fez dois pedidos ao chefe do Executivo. “Que ele me receba com o caderno de propostas para resolver o problema estrutural da cidade quanto ao escoamento de águas, ele não confirmou que me receberia, mas acredito que o diálogo está pelo menos aberto. E pedi a ele que investisse mais em software do COP. Ele reafirmou que o COP já tem hoje muitas boas informações. Quem sabe Belo Horizonte não está às vésperas do fim do mandato, mas também do início de outra forma de tratamento entre Executivo e Legislativo? A prefeitura deu o primeiro passo”, declarou.

À coluna, a presidente da Casa, Nely Aquino (PRTB), disse que o encontro foi bem cordial e demonstrou a união dos dois Poderes na capital. “Tirou dúvidas de vereadores, ouviu posicionamento onde todo mundo teve liberdade de falar e se colocar. Não podemos ter rivalidade neste momento, temos que nos unir para conseguir reconstruir a cidade”, disse Nely.

 

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