É com um discurso otimista e garantindo não ter ressentimentos que o mineiro Leônidas José de Oliveira foi exonerado do cargo de diretor executivo da Fundação Nacional de Artes (Funarte). O nome de Leônidas foi um dos que compuseram a lista de exonerações publicada pelo governo federal antes que a nova secretária especial de Cultura, a atriz Regina Duarte, assumisse o posto, na última quarta-feira.
Segundo o ex-diretor executivo da Funarte, ele já esperava a exoneração, que foi indicação da atriz. “Já estava se desenhando (o quadro da nova diretoria). O (produtor) Humberto Braga é quem deve assumir a Funarte, e o Marcos Teixeira deve ficar no cargo de diretor executivo. Isso já tinham definido há cerca de um mês. E eu iria para outro cargo. Mas eu resolvi deixar o governo”, afirmou Leônidas à coluna, garantindo não haver ressentimentos com o governo de Jair Bolsonaro.
Os dois nomes apontados por Leônidas, Humberto Braga e Marcos Teixeira, consolidam os rumores já noticiados na imprensa sobre as novas indicações de Regina para cargos de chefia na secretaria especial. Braga é ativista de esquerda e homem de confiança de Regina Duarte, enquanto Teixeira é ligado ao PSOL do Rio de Janeiro e possui histórico de participação em movimentos grevistas, fatos que provocaram ataques à nova secretária por parte de seguidores do presidente nas redes sociais.
Na avaliação de Leônidas, ele deixou o cargo com um saldo positivo de ações idealizadas e implementadas enquanto esteve à frente da diretoria executiva da Funarte. “Trabalhei de forma muito técnica trazendo resultados. Minas Gerais vai ganhar muitos projetos por causa de parcerias que eu fiz. Em Belo Horizonte, por exemplo, a rua Januária (no centro da capital) está sendo reformada; das três casas da praça da Estação, uma já está sendo restaurada. Tudo vindo a partir de um acordo que eu deixei quase pronto. Então, eu realmente não tinha nenhum problema na Funarte”, avalia, apontando que “2020 será um ano de muitos resultados”.
O gestor cultural teve passagem rápida como diretor interino da Embratur, em fevereiro do ano passado, e antes havia atuado como presidente da Belotur (Empresa de Turismo na Prefeitura de Belo Horizonte), além de ter sido secretário de Cultura da capital mineira e ter presidido a Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.
Sobre o legado enquanto esteve à frente da diretoria da Funarte, ele cita, orgulhoso, o fato de ter conseguido aumentar o Orçamento da entidade de R$ 2 milhões para R$ 40 milhões anuais.
Questionado se toparia, após as férias, assumir novo cargo ainda na gestão de Bolsonaro, ele não descarta a possibilidade. “Se for um cargo que eu tenha condições de fazer os projetos assim como tive na Funarte, aceitaria sim, sem nenhum problema”.