O Partido Novo, que ganhou grande visibilidade com a eleição do governador Romeu Zema e três deputados estaduais em Minas, além de oito deputados federais pelo país, se prepara para lançar um candidato próprio para a Prefeitura de Belo Horizonte no próximo ano. A informação foi confirmada pelo vereador Mateus Simões em entrevista ao Aparte. “A cidade precisa romper com a política que está instalada aqui, que prometeu mudança, e basta ver quem é a liderança do governo, quem é a base de apoio do governo e que estamos na verdade mantendo as mesmas pessoas que comandaram a cidade nos últimos 20 anos. Tenho certeza que o Partido Novo vai participar da próxima eleição com candidato próprio”, declarou Simões.
Embora o nome do parlamentar seja forte na sigla, ele afirma que não faz parte do processo seletivo que já está a pleno vapor. “Eu não sou pré-candidato do Novo hoje. O partido já começou o processo seletivo, não estou inscrito. O processo vai até outubro. A minha dedicação integral é continuar exercendo meu mandato na Câmara”, afirmou. Segundo apurou a coluna, a seleção do partido possui quatro nomes nas primeiras fases.
A participação do partido nas eleições municipais de 2020 passa muito pela aprovação e popularidade que o governador Romeu Zema obtenha até lá. Alguns tropeços neste início de governo e grandes desafios, como uma possível necessidade de aprovar uma reforma da Previdência em nível estadual, podem fragilizar o apoio visto nas urnas no ano passado. Mateus Simões, entretanto, se apega à representatividade do partido fundado por João Amoêdo, em Brasília.
"Acho que o Partido Novo chega forte em 2020 pelo que representa. Basta ver que, no cenário nacional, a legenda é a mais frequentemente associada com as necessidades de reforma. Não é o partido do governo que aparece, é o Novo que está capitaneando as discussões sobre reforma. Isso mostra que a nossa força vai só crescer”, analisou Simões.
Apesar dessa confiança, o vereador reconhece a frustração em parte do eleitorado. De acordo com ele, algumas pessoas se decepcionaram porque esperavam que Zema rompesse de imediato com o que chamou de “amarras políticas”. “Infelizmente, não é assim que funciona. Sobre o desgaste, acho normal que um governador que foi eleito nessa repulsa ao PT e ao PSDB, nesse primeiro momento, sofra uma diminuição da popularidade, que, na verdade, é uma acomodação. Mas tenho certeza de que vamos chegar ao fim do mandato com uma avaliação muito positiva”, disse.
Simões declarou que, caso um correligionário vença a disputa à PBH, o escolhido deve encerrar imediatamente o que ele chama de “compra da base de apoio por meio de favores, como obras pela cidade”. Sobre a formação de chapa visando o Executivo, Simões ressaltou que o Partido Novo só pode se coligar com quem esteja alinhado com os princípios liberais de diminuição da estrutura do Estado e quem esteja disposto a não usar dinheiro público em campanha.