O recém-criado Partido Renovação Democrática (PRD), resultado da fusão entre o PTB e o Patriota, pretende reeleger apenas um vereador em Belo Horizonte nas eleições municipais deste ano.

Conforme apurou o Aparte, a tendência é que apenas Wanderley Porto (que era do Patriota) permaneça na sigla, já que Ciro Pereira, até então do PTB, tem anunciado a aliados que vai deixar a legenda, enquanto Irlan Melo (Patriota) também deve sair do partido por “desalinhamento político”. Dessa forma, a aposta da sigla é aumentar sua bancada com eleição de outros candidatos.

Embora Irlan Melo garanta que permanecerá no partido, interlocutores do PRD garantem que a posição do vereador em não aceitar ser base do prefeito Fuad Noman (PSD) na Câmara teria sido a gota d’água para o parlamentar não permanecer na legenda.
Atualmente, tanto Melo quanto Pereira fazem parte do grupo de vereadores alinhados com o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido). Sob comando em Minas do deputado federal Fred Costa (Patriota), a tendência é que o PRD, porém, seja base da prefeitura no Legislativo.

Em conversa com o Aparte, Melo negou qualquer desavença e garantiu que vai permanecer na sigla para as eleições deste ano. “Na última conversa que tive com o Fred Costa, meu nome estava garantido, inclusive estou ajudando na montagem da chapa”, afirmou Melo.

De acordo com o vereador, sua condição em estar no partido nunca esteve atrelada a ser base ou não da prefeitura. Segundo ele, sua saída só vai acontecer se ele “for expulso”.

Interlocutores da legenda, no entanto, têm reclamado da postura de Irlan Melo por estar supostamente confiante demais sobre uma eventual reeleição independentemente da sigla em que ele estiver. Esse seria, inclusive, um dos motivos para o vereador não aceitar recuar e ser base do prefeito na Câmara. 

O parlamentar conquistou grande visibilidade no último ano durante as discussões sobre o subsídio às empresas de ônibus por se colocar, principalmente, como representante do transporte suplementar.

“Eu não sou base e minha condição de estar no partido nunca teve essa questão. Estou tranquilo no PRD e somente sairia se for expulso ou se me negarem a legenda”, rebateu Melo, que se disse surpreso com a notícia de uma eventual saída do partido. 

Nos bastidores, integrantes do PRD têm conversado para decidir se a saída do vereador será de comum acordo ou se ele será expulso da legenda. A expectativa dentro da sigla é que até março Melo decida sair por conta própria. 

Se posicionando no espectro centro-direita, o PRD tem como meta em Belo Horizonte formar quatro cadeiras no Legislativo municipal. A legenda não pretende, contudo, filiar vereadores com mandatos em andamento. Em Minas, o foco do partido será aumentar o número de prefeituras e estar entre os cinco partidos com mais prefeitos no Estado.

Alfinetadas
Em entrevista a O TEMPO nesta semana, Ciro Pereira alfinetou o PRD e admitiu que não deve permanecer na nova legenda. Segundo o vereador,  “o PRD parece estar perdido em suas decisões". “Um partido assim dificilmente vai crescer. Vou procurar partidos que queiram ajudar a construir a nação”, disse o vereador na ocasião. 

No entanto, conforme apurou o Aparte, caso o vereador não pedisse para sair da legenda, a tendência seria que o parlamentar também fosse convidado a se retirar da sigla por desalinhamento político.