Apesar de já ter criticado o loteamento de cargos comissionados, o governador Romeu Zema (Novo) nomeou, nesta quinta-feira (12/10), o vice-presidente da Juventude do Novo em Minas Gerais, Gian Zappella para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Candidato a deputado estadual nas últimas eleições, Zappella, que recebeu apenas 2.046 votos, não foi eleito.
Zappella foi nomeado para um cargo de recrutamento amplo, ou seja, de confiança, já que é de livre nomeação. A remuneração básica do candidato a deputado estadual será de R$ 2.905,98, fora outros valores mensalmente incorporados ao salário-base, como, por exemplo, ajuda de custo e alimentação.
O vice-presidente da Juventude do Novo em Minas não é o primeiro candidato derrotado a ser levado para o governo. O ex-deputado estadual Guilherme da Cunha (Novo), que se candidatou a federal, é, inclusive, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico. Ainda está lotado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico o também candidato a deputado estadual Lucas Pitta (Novo).
Sem serem reeleitos, o ex-deputado federal Lucas Gonzalez (Novo) e a ex-deputada estadual Laura Serrano (Novo) também foram levados para o governo. Enquanto Gonzalez é, hoje, secretário-adjunto da Secretaria-Geral após passar pela Subsecretaria de Assessoramento à Governadoria e à Vice-Governadoria, Laura é diretora-geral da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário.
Entretanto, a nomeação de correligionários foi criticada por Zema durante a campanha à reeleição. Em uma peça publicitária nas redes sociais, o governador, ao se referir a uma receita típica de Paracatu, no Noroeste de Minas, chegou a dizer que fez uma “desmamada” com “os 50 mil cargos que Pimentel-PT mantinha no governo”. Na ocasião, inclusive, o Tribunal Regional Eleitoral atendeu a um pedido de resposta do ex-governador Fernando Pimentel (PT).
Ainda na campanha de 2018, o então candidato chegou a se comprometer a não nomear candidatos derrotados nas urnas. “O atual governador de Minas, ele loteou o Estado entre todas as pessoas do partido dele que perderam a eleição no Brasil inteiro. Não é cabide de emprego mais, é um armário de empregos”, disse, à época, em entrevista à EPTV, afiliada da Rede Globo.
O Aparte questionou o governo Zema o que credencia Zappella para o cargo na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e, ainda, se a nomeação não é uma contradição do governador. Até o momento, o Palácio Tiradentes não respondeu. Também procurado, o vice-presidente da Juventude do Novo não respondeu. Tão logo se manifestem, os posicionamentos serão acrescentados na reportagem.