Apoiadores mineiros do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), se organizaram e estão indo acompanhar a cerimônia de posse do hoje deputado federal na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, um dos voos rumo à capital federal, que está atrasado por conta do tráfego aéreo e questões meteorológicas, leva várias pessoas para acompanhar a solenidade.
No saguão do aeroporto, eles discutem sobre questões políticas e expectativas para a posse. O esperado é que cerca de 500 mil pessoas compareçam na praça dos Três Poderes.
O médico Ricardo Dilly, 64 anos, contou que uma dia após Bolsonaro ser eleito, no dia 28 de outubro, ele comprou passagem aérea para ir no dia 1° de janeiro à capital federal e, desde então, está se preparando para a posse. Na mala ele leva bandeiras do Brasil, bandana nas cores verde e amarela, canga com símbolos do país e até mesmo uma cadeira para se acomodar na praça dos Três Poderes.
“Eu só não coloquei a camisa do Bolsonaro porque eu fiquei na dúvida se colocava a camisa dele ou do Galo (Atlético). Eu não votei no Bolsonaro, votei na limpeza do país. Nós não somos bolsomitos. Se ele der uma canelada, nós tiramos ele. Nós não somos um Lulalá eterno. O cara do Lula ele pode aprontar o que for que ele continua sendo Lula. Não é ofensa, é um diferencial de pensamento muito grande. Bolsonaro, não erre. Ou nós te tiramos”, disse ele que ajudou no comitê de campanha do capitão da reserva em Belo Horizonte.
A servidora pública aposentada Rizza Ribeiro foi de Montes Claros, no Norte de Minas, até o Aeroporto de Confins para viajar para Brasília. “Já faz tempo que estamos trabalhando para ver se consertamos esse país e agora pelo menos conseguimos êxito e temos mais que torcer para dar certo. E eu não podia perder esse momento que é histórico. Imagino que ele não vai decepcionar, acho que vai ter um aparato muito bacana, de respeito e patriotismo que a gente precisava. Acredito que vai valer a pena cada minuto que a gente passa por lá”, acredita a professora que faz parte do movimento Direita Minas de Montes Claros.
Posse
O Movimento Direita Minas também organizou uma caravana, como dois ônibus, para levar apoiadores de Bolsonaro da capital mineira até Brasília. O grupo saiu na noite do último domingo (30) e deve voltar na terça-feira (1) após a cerimônia. Os coordenadores do grupo, o advogado Gustavo Alves, 32, e a advogada Lorena Saraiva, 27, também vão embarcar no voo atrasado.
“Nós organizamos dois ônibus que saíram de Belo Horizonte e algumas pessoas também foram de carro, outras de avião, e aí cada um de acordo com suas possibilidade. Nós estamos muito animados para a posse, é um momento importante para o país e estamos ansiosos para ver o fim dessa inversão de valores que está acontecendo. E várias pessoas que não integram movimento foram por conta própria pela importância da causa”, afirmou Gustavo.
“O pessoal está muito animado porque essa aproximação com os eleitores é muito boa. O pessoal se sente próximo, coisa que a gente nunca viu antes. O movimento está crescendo e a gente está muito feliz com a guinada da direita que a gente deu nessas eleições. Minas deu recado para o Brasil inteiro, conseguiu tirar o PT do governo, do Senado, e isso já é uma felicidade muito grande porque nosso capitão está lá”, completou Lorena.
Esquema de segurança
A Esplanada dos Ministérios está toda cercada por concertina, um arame farpado com lâminas. E para chegar até o local, os populares vão ter que passar por quatro barreiras de revista feita pela Polícia Militar. A população vai ter que passar por detectores de metais parecidos com o de aeroportos.
É proibido levar para a Esplanada uma série de objetos, como garrafas, bolsas e mochilas, sprays, guarda-chuvas e até mesmo carrinhos de bebê. As pessoas também estão proibidas de levarem animais e bebidas alcoólicas. A recomendação ainda é que alimentos sejam transportados em sacolas plásticas transparentes para facilitar a revista.
Também haverá estrutura de apoio de saúde, pontos de distribuição de água, banheiros públicos e um telão na Praça dos Três Poderes que transmitirá os eventos em tempo real para o público já que dessa vez, por motivos de segurança, as pessoas vão ficar mais longes dos locais da cerimônia que empossa Jair Bolsonaro como presidente do Brasil.
Esse aparato todo é porque durante a campanha eleitoral deste ano Jair Bolsonaro levou uma facada durante uma campanha de rua em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.