Os deputados federais Delegado Marcelo Freitas e Bilac Pinto irão para Brasília, nesta terça-feira (2), para definir os rumos do União Brasil nas eleições para o governo de Minas Gerais. Hoje, o apoio majoritário do União passa pela definição do futuro político do senador Carlos Viana (PL), pré-candidato ao governo, e do deputado federal Aécio Neves (PSDB), sem definir a que será candidato. Eventual apoio a Kalil, embora improvável, também é uma possibilidade.
Em Brasília, Bilac e Marcelo irão se encontrar com Viana, com o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB) e com o senador Alexandre Silveira (PSD). De acordo com Bilac, o leque do União Brasil está “muito aberto”. “Estamos analisando os cenários para tomar uma posição. Todos têm interesse em fazer uma composição conosco dentro desta estruturação das chapas majoritárias”, admite o secretário-geral do União em Minas.
O União Brasil utiliza o tempo a seu favor, já que é a legenda mais cobiçada por ter a maior fatia do horário gratuito de propaganda eleitoral. Sozinho, o partido terá 16,5% do tempo de rádio e TV. “É um partido que tem um tempo de TV importante e as chapas de deputados federais e estaduais estão muito robustas. Devemos fazer entre seis e sete cadeiras cada uma. O partido tem muita capilaridade em Minas Gerais”, ressalta Bilac.
Conforme apurou O TEMPO, há a avaliação de que o apoio do União a Viana ou Pestana levaria a eleição para o 2º turno, já que tanto um quanto outro tiraria votos do governador Romeu Zema (Novo). A última rodada da pesquisa DATATEMPO, realizada entre 15 e 20 de julho, aponta que Zema lidera a corrida para o Palácio Tiradentes com 48,3% das intenções de voto. Mas, se calculados apenas os votos válidos, Zema venceria já no 1º turno com 61,2% das intenções de voto.
Ao contrário de Kalil, o apoio a Viana ou Pestana daria ao União a contrapartida de indicar a vice. O quadro da legenda mais cotado para o posto seria Bilac, já que não é candidato à reeleição, e, inclusive, já abriu mão da base eleitoral para eleger como sucessor o ex-prefeito de Pouso Alegre Rafael Simões (União). Entretanto, os dois cenários ainda por definir mantêm o partido em compasso de espera.
Apesar de levar o União para o palanque do presidente Jair Bolsonaro (PL), Viana, por exemplo, sequer sabe se, de fato, será candidato ou não ao governo. A decisão sairá nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, às 14h30, em reunião que deve ter Freitas, inclusive. Já no caso de Pestana, o União aguarda, na verdade, uma decisão do deputado federal Aécio Neves (PSDB), que ainda avalia se será candidato à reeleição ou se tentará retornar ao Senado.
Por outro lado, embora o presidente nacional do União, Luciano Bivar, já tenha manifestado a preferência por Kalil, o apoio ao ex-prefeito de Belo Horizonte enfrenta resistências não só de deputados federais e estaduais do União, como também de candidatos. O motivo é a aliança entre Kalil e o PT, o que é avaliado como um ônus. “Quando casamos, temos que levar o sogro, a sogra, os cunhados, a família toda”, diz um interlocutor a O TEMPO.
A princípio, o União estava na órbita de Zema, tanto é que Bilac foi convidado para ser o vice-candidato. Depois, o deputado federal foi preterido pelo jornalista Eduardo Costa (Cidadania), que, nesta segunda-feira, anunciou a recusa ao convite. Somada à indicação do deputado federal Marcelo Aro (PP) como candidato ao Senado, a inclinação por Eduardo e pelo ex-secretário-geral de Estado Mateus Simões distanciou o União de Zema.