Manifestantes foram às ruas neste domingo (17) em cerca de 40 cidades do país em defesa da Lava Jato, para protestar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Judiciário brasileiro. Os atos foram organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e reuniram dezenas de pessoas em atos pequenos comparados aos outros organizados pelo grupo. A data escolhida é o dia em que se completam cinco anos do início da operação.
Em Belo Horizonte, os manifestantes se reuniram no final da manhã na Praça da Liberdade. A maioria dos presentes usava roupas em verde e amarelo - outros escolheram preto - e alguns portavam faixas contra o Supremo. Em uma delas se lia "STF - Tribunal das exceções".
Durante o ato, eles gritaram pedindo a CPI da "Lava Toga", iniciativa de parlamentares que querem investigar a atuação de juízes que, na avaliação deles, prejudicam o combate à corrupção no país.
Alguns manifestantes usavam camisas em referência a Jair Bolsonaro e outros carregavam pixulecos, boneco inflável que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje detido e condenado por corrupção, em trajes de presidiário. Em Minas, os atos estavam marcados ainda para Uberlândia, Juiz de Fora e Contagem.
No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram na orla da praia de Copacabana. Uma faixa no local assinada pelo MBL dizia: "O STF é uma vergonha". Entre os manifestantes havia até defensores da volta da monarquia ao país.
Já em São Paulo o ato ocorreu na avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Por lá, um cartaz dizia: "Sergio Moro, estamos com você", em referência ao ministro da Justiça, ex-juiz que cuidava da operação.
Em Brasília, o protesto foi na praça dos Três Poderes, diante do Supremo. Os manifestantes carregavam faixas pedindo o fim da impunidade e gritavam principalmente contra o ministro Gilmar Mendes, considerado por eles um inimigo da Lava Jato. Duas mulheres carregavam uma faixa com uma pergunta: "Quem mandou matar a Lava Jato?"
O Supremo decidiu, na semana passada, por 6 votos a 5, que todas as investigações sobre caixa 2 em campanha sejam feitas pela Justiça Eleitoral e não pela Justiça comum, o que, para os procuradores que comandam a Lava Jato, coloca em risco o futuro da operação. Além disso, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli determinou a abertura de inquérito para investigar os ataques feitos à Corte, o que gerou críticas dos apoiadores da operação de que se trataria de censura por parte do STF.