A reunião entre o Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (04), no Palácio do Planalto pode ter selado destino da vaga ao Senado na chapa do governador mineiro. Ao menos com a piora sensível nas chances de o deputado federal Marcelo Aro (PP) de ser o indicado ao posto.
Segundo uma fonte a par do encontro, Marcelo Aro tentou emplacar seu nome como o candidato mais viável para a chapa na reunião, mesma posição do governador Romeu Zema, que teria defendido essa indicação junto ao presidente Jair Bolsonaro.
“Deu com a cara na porta”, disse um aliado de Bolsonaro que pediu anonimato e citou dois fatores dados como empecilhos colocados pelo presidente para não aceitar a indicação de Aro.
O primeiro deles é o fato de o PL ter um candidato ao Senado em Minas, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio. Aliado de primeira hora do presidente, o parlamentar foi ministro do Turismo entre 2019 e 2020 e chegou ao cargo como indicação pessoal do presidente. Mesmo após uma saída conturbada do governo, com críticas ao general Luiz Eduardo Ramos, Álvaro Antônio é tido como “homem de confiança” de Bolsonaro no Estado.
Em função dessa relação com Álvaro Antônio, o PL pleiteia, ao menos, uma vaga para ele na chapa à reeleição do governador de Minas Gerais. Entre aliados, a percepção é de que o deputado vê com reservas a ida para o grupo político de Zema, mas não é refratário à ideia dadas as chances de impulsionar seu nome na corrida para o Senado.
O segundo fator apontado como um dificultador nas chances de Marcelo Aro seria um suposto dossiê contra ele que estaria circulando no meio político. Procurado pela reportagem, o deputado Marcelo Aro (PP) não respondeu aos contatos feitos em seu telefone.
A proximidade de Marcelo Aro com Romeu Zema se intensificou a partir do início de 2021. Ele foi um dos principais articuladores políticos do governador em Brasília e designado líder da administração no Congresso Nacional. Em junho, O TEMPO mostrou que Aro fazia encontros com prefeitos no Palácio Tiradentes na Cidade Administrativa, além de acompanhar o governador em eventos na capital mineira.
Dificuldades em Minas
Apesar do apoio do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Marcelo Álvaro Antônio enfrenta dificuldades para viabilizar seu nome em um eventual arranjo com o Partido Novo em Minas Gerais. Em entrevista do Café com Política, da rádio Super 91,7 FM, o ex-secretário geral Mateus Simões (Novo) classificou como “muito difícil” convencer a militância da legenda a ter um nome do PL na chapa.
“Com o PL nós temos um problema. Não é uma ponderação sobre a figura do deputado Marcelo Álvaro Antônio, é uma ponderação sobre o partido do presidente da República. Uma coisa é nós termos a mesma base, algumas propostas coincidentes no campo econômico. Outra coisa é a gente trazer o partido do presidente para essa posição”, afirmou na última semana Simões.
Hoje à noite, um grupo de partidos que podem apoiar a chapa à reeleição de Zema vão discutir se apoiam ou não o governador. Devem participar do encontro representantes do PP, PL, Avante, Patriota e União Brasil. Nos bastidores, há legendas que ameaçam não apoiar Zema caso o grupo não seja contemplado com indicações na chapa.