Os antagonismos criados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegaram a Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (13), marca-se o terceiro dia em que o chefe do Executivo federal critica o prefeito reeleito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), devido às medidas adotadas para conter o avanço da pandemia de Covid-19 na cidade. 

"Quem vota nos parlamentares é o povo. Por exemplo, eu pedi voto para candidato a prefeito de BH. Perdi. É natural. O cara lá está fazendo barbaridade agora, fechando tudo, e já tinha fechado tudo anteriormente", disparou o capitão reformado do Exército, sem citar nominalmente o prefeito, em conversa com apoiadores em Brasília.

Em ocasiões anteriores, Bolsonaro também vociferou contra as decisões sanitárias de Kalil, e chegou a questionar as razões pelas quais a cidade foi fechada. O acirramento das críticas ocorre em um momento quando o prefeito de Belo Horizonte começa a ganhar projeção nacional.

“Quem é que roubou o emprego de vocês aqui? Fui eu? Eu fechei alguma coisa? Não fechei nada. Fecharam tudo, e agora estou vendo alguns prefeitos fechando novamente restaurantes e bares, como o de Belo Horizonte. Fechando para quê?”, disse o presidente no início da semana.

“Lembrou que BH existe”

O confronto entre o prefeito Alexandre Kalil e o presidente Jair Bolsonaro não é novidade, apesar de ter se acirrado nos últimos dias. Em coletiva de imprensa no final de 2020, o prefeito rebateu uma crítica, e disse ser bom que ele tenha lembrado “que Belo Horizonte existe”. 

"Que bom que o presidente olhou para Belo Horizonte. Porque até hoje, com tudo que aconteceu aqui, ele mandou R$ 7 milhões para BH quando a cidade foi devastada. Nós gastamos, só na cidade, R$ 200 milhões para reconstruir. Ainda bem que lembrou que Belo Horizonte existe. Vamos ver se vai lembrar na hora de mandar alguma ajuda a mais para a cidade", disse o chefe do Executivo municipal. 

À época, a declaração fez referência a uma fala de Bolsonaro, que comentou a derrota de seu candidato à prefeitura, Bruno Engler (PRTB). 

“Tem prefeitos novos assumindo agora em janeiro. A vacina não vai estar pronta em dezembro, então vai depender dos prefeitos. Você que reelegeu o prefeito da tua cidade, você conhecia a vida dele. Você conhecia o prefeito de Belo Horizonte? Que eu pedi voto para outro cara (Bruno Engler) e reelegeu o cara (Kalil)? Ele fechou tudo. Qual vai ser a atitude dele agora? Não sei. Mas vocês o escolheram. Então se ele fechar, o problema é teu. Você não votou nele?”, afirmou.

Procurada, a assessoria de imprensa da prefeitura de Belo Horizonte ainda não comentou ainda sobre o assunto.