Os candidatos à Presidência Luciana Genro (PSOL) e Levy Fidélix (PRTB) apresentaram o menor “custo de voto” das eleições deste ano: R$ 0,31 por eleitor. O valor é resultado da divisão do montante gasto na campanha pela quantidade de votos angariados nas urnas. Curiosamente, o resultado obtido foi idêntico, mesmo com grandes diferenças entre as despesas de campanha e a votação entre os dois candidatos.
Luciana Genro ficou em quarto lugar na disputa - atrás dos principais candidatos Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) - com 1.612.186 de votos. Em sua prestação de contas enviada ao Tribunal Superior Eleitoral consta que a candidata do PSOL gastou R$ 496.977,63. Ou seja, cada voto em Luciana “custou” 31 centavos. A campanha psolista ficou devendo R$ 95 mil. Sem aceitar doações de pessoa jurídica, somente recursos de apoiadores e transferência da direção nacional´do próprio partido, Luciana Genro arrecadou R$ 401.518,87.
Se a candidata do PSOL ficou no vermelho, a de Levy Fidélix (PRTB) “lucrou” R$ 2,5 mil. O custo de seu voto também ficou em R$ 0,31, no entanto, não só as despesas do candidato do “aerotrem” foi menor que a de Luciana Genro, mas também a votação. Fidélix gastou R$ 140.031,12 durante a campanha eleitoral e colheu 446.878 votos nas urnas. O curioso é que o candidato do PRTB teve votação 7,7 vezes maior neste ano, na comparação com as eleições de 2010. Há quatro anos, Levy Fidélix obteve 57.960 votos.
O voto “mais caro” das eleições 2014 foi o de Pastor Everaldo (PSC). Escolhido por 780.513 eleitores, o equivalente a 0,75% do eleitorado, o cristão gastou R$ 7.868.075,08. Fazendo a conta, cada eleitor do Pastor Everaldo saiu por R$ 10,09. Além de ter tido o pior custo-benefício da campanha eleitoral deste ano, o candidato do PSC também teve o maior prejuízo dentre os candidatos à Presidência. O volume de doações de empresas e apoiadores não seguiu o ritmo de seus gastos e, findo o processo eleitoral, Everaldo deixou para seu partido uma dívida de R$ 6,4 milhões.
Eymael (PSDC), que declarou que esta seria sua última disputa a um cargo público teve 61.250 votos e gastou R$ 372 mil na campanha, o que rendeu um custo de R$ 6,08 por voto. Com gastos de R$ 3,5 milhões e 630 mil votos, o custo de cada voto de Eduardo Jorge (PV) saiu a R$ 5,62, o segundo maior dentre os candidatos cujas prestações de contas foram divulgadas pela Justiça Eleitoral. Cada um dos mais de 22 milhões de votos de Marina Silva (PSB) “custaram” R$ 2,79. Somadas, sua campanha e a de Eduardo Campos, morto em 13 de agosto, custaram R$ 61 milhões.
Por fim, os votos de Zé Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) saíram, cada um, respectivamente, a R$ R$ 1,88, R$ 1,49 e R$ 0,85.
A Justiça Eleitoral não divulgou, até o momento, a prestação de contas final da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e do segundo colocado na disputa Aécio Neves (PSDB).