BRASÍLIA. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, negou nesta terça-feira (16) ter tido qualquer envolvimento com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) ou com atividades de milícias.

Ele prestou depoimento como testemunha de defesa do irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), no processo que pode cassar o mandato do parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Ambos estão presos e são suspeitos de terem mandado matar a vereadora. 

Questionado pela relatora do caso no Conselho, a deputada Jack Rocha (PT-ES), Domingos negou ter tido qualquer contato com membros de milícias do Rio de Janeiro enquanto conselheiro do TCE-RJ.

“Jamais eu recebi esse tipo de agenda. No Tribunal, o corriqueiro é receber os advogados, os prefeitos, enfim, presidentes de Câmara. Jamais recebi para tratar desse tema nem de outro tema. Jamais recebi miliciano no Tribunal de Contas”, disse.

Em dado momento, chegou a chorar, afirmando confiar “na Justiça de Deus” e na seriedade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que irão julgar o processo, e se dizendo inocente. “Confio que nós seremos absolvidos. Vai ficar essa sequela deste sofrimento”.

O conselheiro do TCE-RJ também afirmou nunca ter tido contato com Marielle Franco, classificou o assassinato contra a vereadora como um “absurdo” e pediu punição “com rigor”.

“Eu acho um absurdo o que aconteceu com a vereadora. Infelizmente, no Rio de Janeiro, já aconteceu com vários outros parlamentares. Eu, pessoalmente, não a conheci. Não conheci o Anderson. Mas é claro que é um absurdo esse crime. E, diga-se de passagem, tem que ser punido com rigor não só por se tratar de uma parlamentar”.

Preso desde março deste ano, Domingos Brazão está na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e participou do depoimento por videoconferência. Além dele e de Chiquinho, foi detido o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, também acusado de ter sido um dos mandantes do crime

Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em março de 2018. Um dos motivos para o crime seria disputa por regularização de terras na cidade do Rio, tema que estava em debate na Câmara Municipal e tinha posição contrária da vereadora.