BRASÍLIA — O apoio do PL de Jair Bolsonaro à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para presidência do Congresso Nacional garantiu prioridade à sigla na distribuição das comissões temáticas do Senado Federal. O acordo conferiu à legenda as presidências dos colegiados de Segurança Pública e Infraestrutura, que serão entregues aos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos Rogério (PL-RO), segundo definido em eleição nesta quarta-feira (19).
Com Alcolumbre, o partido alcança o prestígio que reclamou nos últimos dois anos. Na eleição anterior, a legenda concorreu ao cargo contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG) lançando Rogério Marinho (PL-RN) como candidato próprio. A derrota implicou no isolamento do PL, que não ocupou cargos em colegiados importantes e na diretoria do Senado Federal.
Na articulação que antecedeu a eleição de Alcolumbre, o partido definiu que não concorreria com candidato próprio e o apoiaria em troca de cargos. O Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) concorreu contra Alcolumbre; entretanto, não recebeu apoio da própria bancada, que manteve votos concentrados no nome do União Brasil. A candidatura independente de Pontes incomodou o próprio Jair Bolsonaro, que argumentou pela importância de votar em Alcolumbre em troca de cargos.
Partidos alinhados à direita cobiçam a Comissão de Segurança Pública diante da quantidade de pautas caras ao grupo que ali tramitam — projetos que endurecem punições no Código Penal, regulam segurança nas instituições de educação e abordam questões relativas a armas.
À caça de mais colegiados e cargos, o PL articula um grande ataque na próxima eleição para ampliar o tamanho da bancada no Senado Federal — o partido detém o segundo maior número de senadores, 14, perdendo somente para os 15 parlamentares eleitos pelo PSD.