BRASÍLIA — O diretório do PL em Minas Gerais começará a articular alianças com legendas do Centrão com vistas às eleições majoritárias de 2026. O partido avalia a possibilidade de concorrer ao Governo de Minas Gerais e ao Senado Federal com uma chapa ampla de centro-direita.

Hoje, três partidos são cobiçados pela sigla presidida no Estado pelo deputado Domingos Sávio (PL-MG): União Brasil, PP e Republicanos. O Partido Novo do governador Romeu Zema, entretanto, não consta na lista de legendas com as quais o PL pretende abrir o diálogo nos próximos meses, segundo declarou Sávio.

“A gente não quer excluir o diálogo com outros partidos. A partir agora do Carnaval, pretendo conversar mais intensamente com o União Brasil, o próprio Republicanos e o Progressistas, que são partidos que têm, inclusive, votado conosco na Câmara dos Deputados”, disse. 

Uma aliança com o Novo, que planeja concorrer à eleição para Minas Gerais com o vice-governador Romeu Zema, não é inteiramente rejeitada. Entretanto, o PL não se movimentará à caça do apoio do partido.

“Procuramos o Novo. Estive com o governador [Romeu Zema] e o vice-governador [Mateus Simões] no ano passado”, afirmou. “Não é que a gente não tenha procurado. Nós procuramos. Agora temos que ficar na nossa. Se eles tiverem interesse em nos procurar, estamos abertos ao diálogo”, acrescentou.

Internamente, a bancada do PL em Minas Gerais teme que o Partido Novo repita em 2026 o gesto de hesitação adotado em 2022, quando Romeu Zema guardou o apoio a Jair Bolsonaro para o segundo turno da eleição presidencial.

“Se quiserem nos procurar, nós não vamos dizer que não vamos ouvi-los. Vamos dialogar, né? Mas, o diálogo precisa ser construído, não pode ser feito de um lado só”, disse. “Não queremos repetir o que aconteceu em 2022, quando o apoio só chegou no segundo turno. Está descartado”, completou.

PL deve lançar um candidato por Minas Gerais ao Senado

A orientação geral de Jair Bolsonaro para os diretórios do Partido Liberal, de olho nas eleições, é concentrar esforços para ampliar a bancada no Senado Federal, hoje com 14 senadores. A um ano e oito meses da corrida, o partido analisa internamente as opções para se lançar à disputa, e na bancada de Minas Gerais dois nomes se apresentaram.

Os deputados Domingos Sávio e Eros Biondini (PL-MG), que não escondem o interesse em atravessar o corredor do Congresso Nacional, se despedindo da Câmara para dar início a um mandato de oito anos no Senado.

O único obstáculo para eles é a pretensão do próprio partido para a eleição. A sigla presidida por Valdemar Costa Neto articula, hoje, a possibilidade de construir uma chapa ampla com legendas do Centrão para concorrer ao Senado — e ao Governo de Minas Gerais. A movimentação colabora para o PL lançar apenas um candidato próprio para concorrer às duas vagas que Minas terá em 2026.

“Quando você trata de alianças, é importante ouvir e valorizar os aliados. A legislação nos permite lançar dois e até três candidatos ao Senado. Tudo depende dos acordos que ocorrerem. O PL pode, no diálogo, ter que lançar um só”, analisa Domingos Sávio, também presidente do partido no Estado. O deputado admite o desejo de concorrer ao Senado, mas avalia que as costuras do partido predominam sobre projetos pessoais.

“Quando você é deputado, como eu, como o Eros, você tem o direito natural de concorrer à reeleição. Só depende de você. Agora, uma candidatura majoritária… Temos que ouvir o grupo”, avaliou. 

Biondini é ainda mais enfático em relação às articulações da bancada para a eleição. “Eu não imagino que o PL lançará dois candidatos pelo partido. É um processo natural de articulação, e é longo até chegar a uma definição”, pontua. A perspectiva é que as resoluções do PL aconteçam a partir de agosto, e que o partido se dedique à construção de acordos e de laços com outras siglas neste primeiro semestre. Costuras com partidos como União Brasil, Republicanos e PP são cogitadas, segundo antecipou Domingos Sávio.