BRASÍLIA – A deputada federal Marussa Boldrin (MDB-GO) relatou, em boletim de ocorrência e publicação em rede social, que foi vítima de agressões do marido, o advogado Sinomar Júnior.

A agressão que levou às providências ocorreu em Brasília, segundo a parlamentar. Mas ela disse que foi espancada por duas vezes pelo marido, além de ter sido vítima de violências psicológicas.

Em carta aberta em sua conta no Instagram, Marussa Boldrinr detalhou anos de sofrimento e silêncio, que culminaram em agressões físicas em 2023 e 2025. 

A parlamentar disse que a violência começou após o nascimento da primeira filha do casal, quando o marido passou a humilhá-la. “Enquanto eu lutava na vida pública, ele me sabotava na vida privada”, escreveu.

Marussa, que tem dois filhos, disse ainda que, mesmo após episódios de traição e humilhações constantes, tentou manter o relacionamento. Em 2023, foi agredida pela primeira vez. “Tive medo, tive vergonha e optei por não contar nem para minha família”, contou. 

A violência física foi novamente cometida em 2025. “Resolvi seguir com a minha vida para tentar voltar a ter paz, ele reagiu com ódio e me espancou pela segunda vez, agora com mais intensidade”, relatou a parlamentar, sem precisar a data. 

Ela, que tem 34 anos e integra a bancada ruralista, registrou ocorrência na Delegacia de Rio Verde (GO), onde nasceu e tem residência, e pediu medida protetiva na Justiça com base na Lei Maria da Penha.

“Tive coragem de procurar a delegacia, de fazer o boletim de ocorrência, o corpo de delito e pedir uma medida protetiva. Porque não cabe amor onde existe violência. Eu sobrevivi”, ressaltou a parlamentar no Instagram.

Marussa Boldrin foi eleita deputada federal em 2022 com 80.464 votos. Antes, foi vereadora por dois mandatos em Rio Verde, pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) e reeleita em 2020.

Ela, que é formada em engenheira agrônoma, é empresária, produtora rural e dona da empresa Solo Forte – Laboratório de Análise Agrícola.

Na Câmara, além de defender pautas do agronegócio, Marussa atua na bancada feminina, sendo autora de vários projetos de defesa e proteção às mulheres. 

Entre outros, a parlamentar goiana apresentou projeto que aumenta a pena para crimes de feminicídio em áreas rurais e obriga a notificação de casos suspeitos em hospitais e clínicas.

Já seu marido foi superintendente na Secretaria de Esporte de Goiás. Sinomar Júnior não havia se pronunciado sobre as acusações de violência até a mais recente atualização desta reportagem.