BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, informou que apostadores gastam, hoje, até R$ 30 bilhões por mês em “bets”, plataformas de jogos virtuais. Ele falou, nesta terça-feira (8), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a ação de empresas de apostas esportivas.
Galípolo citou um estudo feito pelo BC em agosto de 2024, quando o setor não estava “completamente” regulamentado, que identificou repasses totais de R$ 20 bilhões. “As empresas, muitas vezes, não estavam constituídas no país e recebiam recursos por meio de intermediários não sujeitos à regulação do Banco Central".
O montante, de acordo com ele, foi realizado por cerca de 24 milhões de pessoas, sendo a maioria entre 20 e 40 anos. Outro estudo concluiu que apostadores tinha risco de crédito significativamente maior do que as pessoas que não realizam apostas.
“Então, hoje em dia, durante este ano, de janeiro a março, esse valor que a gente acompanha para efeito de atividade gira em torno de R$20 bilhões a R$30 bilhões por mês, ratificando aquilo que a gente tinha estimado no final do ano passado”, frisou Galípolo.
O presidente do BC destacou que a instituição não tem competência legal para fiscalizar ou aplicar sanções por operações feitas por “bets” não regulamentadas. Além disso, não pode impedir que beneficiários do Bolsa Família façam apostas nas plataformas virtuais.
“Hoje o Banco Central não tem nenhuma atribuição para poder fazer esse tipo de impedimento para que pessoas que recebem o Bolsa Família não façam apostas - não está dentro da nossa competência, nem escopo, nem tem atribuição para isso. [...] Cabe sempre ao Banco Central obedecer ao comando legal que ele recebe do legislador”, completou.