BRASÍLIA — O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), recebeu os ministros da articulação e da interlocução política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um almoço na residência oficial do Senado Federal nesta quarta-feira (18). Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, com quem Alcolumbre mantém maior proximidade, e Rui Costa, da Casa Civil, assumiram a representação de Lula nesse encontro. A reunião ocorre após uma curta semana repleta de derrotas para o Palácio do Planalto.
As idas de Gleisi Hoffmann às residências oficiais do Senado e da Câmara dos Deputados têm sido recorrentes desde que a deputada assumiu a articulação política do governo Lula. A prioridade é manter uma relação estreita com Alcolumbre e com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), principalmente em meio às crises que o governo enfrenta recentemente.
A última derrota da equipe de Lula no Legislativo aconteceu nessa terça-feira (17) em sessão do Congresso Nacional com a derrubada de 12 vetos do Palácio do Planalto em projetos de lei aprovados. Ainda que tenha se agarrado ao adiamento de temas polêmicos para evitar derrotas mais significativas, o governo saiu da sessão carregando esses vetos derrubados — todos eles são fruto de acordo, mas indicam que Lula precisou ceder à pressão dos grupos políticos.
Os fracassos não pararam por aí. Antes de encerrar a sessão conjunta, Alcolumbre leu o requerimento de instalação da CPI mista que se dedicará a investigar as fraudes no INSS. O governo adiou tanto quanto pôde, mas a oposição conseguiu que o presidente do Congresso desse o pontapé inicial na comissão. A expectativa é que os trabalhos comecem, de fato, em agosto.
A base chegou à sessão carregando consigo o baque da aprovação acachapante, na Câmara dos Deputados, do regime de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar o decreto do IOF. O requerimento entrou na pauta do plenário por pressão da oposição, mas angariou o amplo apoio dos partidos de centrão — entre eles o PSD, o mais governista deles.