BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por se omitir sem dar sanção e sem impôr veto à proposta de lei aprovada pelo Congresso Nacional que prevê a criação do Dia da Amizade entre Brasil e Israel.
O prazo para o petista se manifestar sobre o Projeto de Lei (PL) se esgotou na última sexta-feira, e a ausência de uma posição de Lula incomodou os parlamentares que compõem o grupo de amizade Brasil-Israel. O incômodo será minimizado pelo presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP); a perspectiva é que ele promulgue a proposta na quarta-feira (25).
Em nota publicada nesta terça-feira (24), o grupo parlamentar questionou a opção do presidente Lula. "O gesto, ainda que dentro das prerrogativas legais, carrega um forte simbolismo político, especialmente em um momento delicado no Oriente Médio", criticou.
"O problema do governo brasileiro é com o governo de Israel ou com os israelenses?", completou. O documento é assinado pelo presidente do grupo, deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG), seguido pelos deputados Bia Kicis (PL-DF), Diego Garcia (Republicanos-PR) e Rogéria Santos (Republicanos-BA).
A opção do presidente Lula ocorre em um momento de acirramento das tensões no Oriente Médio com a escalada dos ataques de Israel contra a Faixa de Gaza, Irã e Líbano. Em agendas internacionais e declarações públicas, Lula tece críticas ao governo de Israel e diz abertamente que o país comete um genocídio contra a população palestina.