BRASÍLIA - Em mais uma rodada de viagens pelo país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai a São Paulo na quinta-feira (26) participar de uma cerimônia para anunciar um acordo com o governo de São Paulo que prevê moradias para famílias que moram na Favela do Moinho.

De acordo com o Planalto, o acordo firmado prevê que cada núcleo familiar receba R$ 180 mil para a compra de uma unidade habitacional pelo programa Minha Casa, Minha Vida, para famílias que ganham até R$ 4.700. 

O governo de São Paulo complementará com R$ 70 mil, por meio do programa Casa Paulistana, totalizando R$ 250 mil. As regras são as mesmas aplicadas para inscritos no Bolsa Família e no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“Nós vamos estabelecer nessa aquisição um modelo novo que foi, inclusive, criado para resolver a situação das moradias do Rio Grande do Sul, que é o compra assistida, que nós podemos comprar no Minha Casa Minha Vida, que é onde os recursos vão sair por parte do governo federal”, explicou o ministro das Cidades, Jader Filho. 

A Favela do Moinho é uma ocupação no centro da capital paulista, onde vivem atualmente cerca de 900 famílias. O terreno pertence à União. O governo de São Paulo pediu a cessão da área para a construção de um parque. No entanto, durante o processo de desocupação, houve confronto entre a Polícia Militar do Estado e os moradores.

O governo federal também anunciou que as famílias serão atendidas com aluguel social durante o período de transição entre a saída da comunidade e a aquisição definitiva da nova moradia. O valor do aluguel social mensal será de R$ 1.200 por família. 

Lula busca recuperar popularidade

Uma das estratégias do governo para recuperar os índices de popularidade é intensificar a agenda de viagens de Lula pelo país e os discursos, já adotando tom de campanha. O presidente acredita que precisa, ele próprio, divulgar as ações do governo à população.

Em entrevista ao podcast “Mano a Mano”, divulgada na semana passada, o presidente aproveitou para admitir erros na comunicação no Palácio do Planalto. “A gente não comunicou corretamente. As pessoas não sabem das coisas que fizemos. Então, não tem por que as pessoas aprovarem o governo", afirmou.

Aliados do presidente também alertaram sobre a necessidade de mudanças no rumo do governo para evitar uma derrota em 2026. “Com tudo o que já fizemos, nossa popularidade está muito baixa, e isso nos preocupa. É preciso haver uma mudança de rota. É preciso acabar com a modorra e o alheamento”, destacou o deputado Rui Falcão (SP), candidato a presidente do PT.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (13), a desaprovação ao governo do presidente Lula voltou a aumentar, depois de uma leve recuperação. O instituto aponta que o índice passou de 38%, no começo de abril, para 40%. Em fevereiro, o governo atingiu o pior patamar, com 41% de reprovação. Dos entrevistados, 28% aprovam a gestão petista, ante 29% que o julgavam ótimo ou bom, em abril.