BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), continua em silêncio sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Após reunião com as lideranças das bancadas nesta quinta-feira (10), ele afirmou que ainda discutirá com os líderes uma posição oficial sobre o anúncio do presidente norte-americano de que sobretaxará os produtos brasileiros em 50% a partir de agosto.
"Debatemos ali com os líderes, estamos conversando no colegiado. A minha posição será uma posição com o sentimento da Câmara. Seguiremos discutindo ao longo do dia", declarou Hugo Motta após a reunião. Há, em torno dele, uma forte pressão para que a Câmara se manifeste sobre o tarifaço de Trump.
Segundo o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), os partidos estão praticamente alinhados contra a declaração de Trump. "Vários setores atingidos por essa medida estão se manifestando. Só o PL está solidário ao Trump. Então, há um consenso de vários líderes dizendo a posição do governo norte-americano é inaceitável", afirmou.
"O presidente [Motta] está avaliando. Acho que a qualquer momento pode sair uma posição oficial do Parlamento, especialmente da Câmara dos Deputados", acrescentou.
Além das posições oficiais dos partidos, as frentes parlamentares também têm se manifestado contra o tarifaço dos Estados Unidos. A principal delas é a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que, ainda na quarta-feira (9), reagiu com preocupação ao anúncio feito.
"A medida representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países", afirmou. "A FPA defende uma resposta firma e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações", completa.
A carta de Trump antecipando o aumento é dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo brasileiro respondeu rapidamente e indicou que recorrerá à lei de reciprocidade econômica, aprovada pelo Congresso Nacional, diante da taxação de Trump.