BRASÍLIA - O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, foi chamado para uma reunião de emergência no Itamaraty, na noite de quarta-feira (9), para dar explicações sobre a carta do presidente americano, Donald Trump, que impõe tarifa de 50% a todas as exportações brasileiras.
O encontro foi conduzido pela secretária de América do Norte e Europa do Itamaraty, Maria Luisa Escorel. Ao ser questionado por ela, Escobar confirmou o teor da carta e reafirmou os ataques feitos por Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e as redes sociais.
A embaixadora brasileira reforçou a posição externada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim da tarde de quarta-feira, afirmando que a manifestação de Trump é ofensiva e contém dados inverídicos sobre a relação comercial entre os dois países, além de ferir a soberania nacional do Brasil.
Esta foi a segunda reunião no mesmo dia entre Maria Luisa Escorel e Gabriel Escobar. Mais cedo, o representante americano tinha sido convocado para esclarecer uma nota publicada pela embaixada dos EUA em defesa de Bolsonaro.
De acordo com a representação diplomática, a "perseguição política" a Bolsonaro é "vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas brasileiras". A embaixada informou também que acompanha de perto a situação, e que Bolsonaro e sua família são parceiros dos Estados Unidos.
"A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil", diz um trecho da nota.
O anúncio de Trump ocorre em meio a um período de tensão política entre os dois países. Nos últimos dias, o presidente dos EUA saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao afirmar ele é alvo de uma 'caça às bruxas'. Bolsonaro é réu no STF por suposta tentativa de golpe de Estado para continuar no poder depois de ter perdido as eleições em 2022.