BRASÍLIA - A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) pretende se filiar a um partido político e disputar as eleições na Itália se não conseguir voltar em liberdade ao Brasil. A informação foi divulgada pelo advogado dela, Fabio Pagnozzi, em entrevista ao portal Metrópoles nesta segunda-feira (14).
“A prioridade da deputada é provar a inocência e retornar ao Brasil para continuar com a atuação legislativa. É o que ela quer. Se isso não for possível, ela pretende ingressar em uma legenda na Itália para concorrer nas eleições italianas e prosseguir com o trabalho político”, declarou ao veículo.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado, pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela chegou a recorrer da decisão, mas a condenação foi confirmada pela Suprema Corte.
Dias antes do julgamento de seu recurso, porém, Zambelli deixou o Brasil e foi para a Itália, passando pelos Estados Unidos. A Suprema Corte viu o movimento como uma fuga, e a deputada pediu licença do mandato por 120 dias.
Com a ausência da deputada do Brasil, o STF determinou ao Ministério da Justiça o processo de extradição, que está nas mãos de autoridades italianas. O nome de Zambelli também foi incluído na difusão vermelha da Interpol, sistema de cooperação entre mais de 100 países.
Zambelli também enfrenta um processo de cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados. A ação penal de Zambelli já consta como transitado em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recursos. A Constituição define que perderá o mandato o parlamentar que sofrer condenação criminal transitado em julgado, com votação final pelo Congresso.
Com isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), levou a decisão sobre o mandato para a Câmara. O processo está na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.