BRASÍLIA - As contas bancárias, o pix e os cartões do senador Marcos do Val (Podemos-ES) estão bloqueados por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O senador driblou uma ordem anterior da Corte ao embarcar para os Estados Unidos com a filha.
O passaporte diplomático foi bloqueado em março pelo STF e ele não poderia ter deixado o país. O bloqueio das contas é uma decisão sigilosa, e o conteúdo foi revelado pela CNN Brasil nesta sexta-feira (25/7). A medida também afeta as contas e os cartões da filha de Marcos do Val.
O senador foi aos Estados Unidos na quarta-feira (23/7) desrespeitando a determinação do STF sobre seu passaporte. Segundo antecipou o Uol nessa quinta-feira (24/7), ele embarcou para o país por Manaus.
Marcos do Val é investigado pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, falso testemunho, denunciação caluniosa, coação e divulgação de documento sigiloso. Essa série de práticas criminosas resultou no bloqueio dos passaportes do senador, entre eles o documento diplomático.
Ele contesta. Em nota nesta quinta-feira, Marcos do Val afirmou que não driblou a Justiça e disse que seu documento diplomático está regular. "Meu passaporte diplomático, emitido pelo Ministério das Relações Exteriores, está válido até julho de 2027 e sem restrição", disse. Ele declarou ainda que não há "decisão judicial válida" que restrinja a locomoção dele.
A Polícia Federal e o Itamaraty não comentaram o episódio. Entretanto, o STF já tinha se manifestado sobre uma possível viagem do senador. Em 15 de julho, Marcos do Val pediu à Corte autorização para ir a Orlando com a filha. O pedido, entretanto, foi negado no dia seguinte pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou na decisão que cabia ao réu se ajustar às restrições impostas, e não o contrário. O ministro pontuou ainda que as investigações continuam e não havia justificativa para relaxar as medidas.
As decisões restritivas contra Marcos do Val pesam desde agosto de 2024, quando a Corte determinou a apreensão dos passaportes dele, incluindo o documento diplomático, e o bloqueio de bens no valor de R$ 50 milhões. Na ocasião, a PF chegou a cumprir mandados de busca em endereços ligados ao senador em Vitória, no Espírito Santo. O passaporte diplomático não foi encontrado na ocasião.