BRASÍLIA - Uma análise feita nos perfis de cerca de 2,6 mil políticos no Instagram mostrou a dominância de nomes da direita no ranking de interações, grupo visto com relevância no debate digital. No recorte dos 100 mais influentes virtualmente, 56% são nomes da direita, 26% do centro e 18% da esquerda.

O resulta ilustra uma tendência crescente nos últimos anos, quando o debate político, especialmente de caráter eleitoral, saiu apenas das ruas, da televisão e do rádio e ganhou amplo espaço na internet, com nomes ampliando de forma expressiva a presença em plataformas digitais.

No mesmo recorte, políticos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocupam 42 posições. Já o PT tem cinco nomes no “top 100”, incluindo o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outras siglas são União Brasil (9), PSD (9), Psol (7), Novo (7), Republicanos (5), MDB (3), PDT (2), PSB (2), Podemos (2), Avante (1), PRTB (1), Rede (1), PP (1) e PCdoB (1). Dois nomes não têm partido. 

Lula e Bolsonaro, inclusive, ocupam o ranking dos 10 mais influentes quando os dados levam outro corte. O ex-presidente ficou em segundo lugar, com média de 237,6 mil interações por post. Lula está em oitavo lugar, com média de 97 mil interações. 

O campeão em engajamento, de acordo com os dados, é o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), com uma média de 1,5 milhão de interações em cada post que publica. Somente um vídeo publicado elo parlamentar em janeiro para criticar políticas do governo Lula sobre o Pix, por exemplo, acumulou mais de 300 milhões de visualizações. 

Estão ainda no “top 10” o prefeito de Sorocaba (SP) Rodrigo Manga (3º); a deputada federal Erika Hilton, do Psol de SP (4º); o deputado federal André Fernandes, do PL de PE (5º); o vereador de São Paulo (SP) Lucas Pavanato (6º); o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, do PL e SP (7º); o senador Cleitinho Azevedo, do Republicanos de MG (9º); e o deputado Fabio Teruel, do MDB de SP (10º). 

Outra informação do levantamento revelou maior influência no Instagram deputados e vereadores do que governadores e ministros de Estado, por exemplo, e a predominância de políticos de São Paulo – 32 nomes - no ranking dos 100 com mais interações. Homens ocuparam 75 lugares no recorte à frente de mulheres, que somaram apenas 25. 

A análise foi feita pelas plataformas MonitoraBR e Zeeng com base em publicações feitas entre janeiro e junho deste ano. Para chegar ao resultado, a ferramenta analisou 442 mil publicações e 1,8 bilhão de interações na rede.