BRASÍLIA - A oposição criticou a indicação do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) como relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que se debruçará sobre as fraudes identificadas pela Polícia Federal (PF) no INSS.
A escolha do deputado partiu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enquanto a definição do presidente da CPMI partiu do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que optou pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) para o cargo.
A primeira crítica da oposição se deve ao fato de que Ricardo Ayres não foi um dos signatários do requerimento que pedia a instalação da CPMI. "O presidente da CPMI, senador Omar Aziz, não assinou. O relator indicado, deputado Ricardo Ayres, também não assinou. Se dependesse deles, essa investigação nem existiria", afirmou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
"Agora, ambos terão de provar que não vieram para engavetar. Se essa CPMI acabar em pizza, o Brasil saberá quem foram os responsáveis", declarou. "Quem não assinou é cúmplice por omissão. O povo exige justiça e não aceitará mais um caso enterrado nos corredores de Brasília", completou o líder do partido.
A avaliação da oposição é que Ricardo Ayres, apesar de compor uma bancada do Centrão, estaria mais alinhado ao Palácio do Planalto. A avaliação é pior quando se trata de Omar Aziz, porque o senador é tratado como um nome próximo ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Inicialmente, nomes de PP e União Brasil eram os mais cotados para a relatoria, colocação mais cobiçada da CPI. Entre eles estavam Evair de Melo (PP-AL) e Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), mais ligados à oposição.
A CPMI do INSS começará os trabalhos na próxima semana, segundo o presidente Davi Alcolumbre. Inicialmente, a comissão terá 120 dias de prazo para apresentar um relatório final, mas a validade pode ser prorrogada.