O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou por 13 votos a 6 representação contra o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), por suposto envolvimento na tentativa de compra da vacina indiana Covaxin, que teve o contrato de R$ 1,6 bilhão cancelado pelo Ministério da Saúde após suspeitas de irregularidades.

A denúncia contra Barros foi apresentada pelo PSOL e pedia a cassação do mandato dele. Na justificativa, o partido alegou que o atual líder do governo na Câmara “desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades”.

Em entrevista ao O TEMPO, Barros disse que a CPI no Senado foi montada para atrapalhar o governo do presidente Bolsonaro. 

"A CPI foi feita exclusivamente para desgartar o presidente Bolsonaro. Fizeram um enorme esforço para isso. Eu sou líder do governo e fui alvo de ataques infundados. Mostrei que ninguém confirmou as narrativas na CPI. Todos negaram meu envolvimento e acredito que seja assim também o resultado do relatório final da CPI enviado ao Ministério Público", disse Barros. 

O líder do governo diz ainda que pretende pedir abertura de apuração para tentar identificar responsáveis por vazamentos de informações durante os andamentos da CPI. Por enquanto, após ser citado no relatório final da comissão no Senado, Barros entrou com ação contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por denunciação caluniosa e abuso de poder.

Irmãos Miranda citaram Ricardo Barros na CPI 

Em depoimento à CPI em junho, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, informaram que o contrato da Covaxin seria parte de um esquema de corrupção.

Segundo o deputado, ao levar essa denúncia ao presidente Jair Bolsonaro, ouviram do chefe do Palácio do Planalto que esse “rolo era coisa do Ricardo Barros”.

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