A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura ações e omissões do governo federal na condução da pandemia de Covid-19 ainda debate o nome do interrogado da próxima segunda-feira (18). Apesar do consenso de haver uma reunião na véspera da leitura do relatório final, o chamado G7, grupo majoritário de senadores da comissão, discorda do nome a ser chamado.

Em reunião virtual relâmpago na manhã desta sexta-feira (15), que já estava agendada mas durou menos de 10 minutos, os senadores aprovaram cinco convocações. Logo depois, a sessão foi encerrada e a cúpula da comissão partiu para uma reunião interna para decidir qual nome realmente irá depor no Senado.

Foi aprovada a convocação do médico Carlos Carvalho, responsável por coordenar um estudo que teve conclusão contrária à indicação do chamado “kit Covid” e seria votado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec) na semana passada. 

O interrogatório do médico era levantado desde o início da semana. Mas, com a expectativa de que ele não leve à comissão o relatório que seria votado pela Conitec, o depoimento dele pode ser dispensado.

Entraram na pauta de última hora mais quatro convocações. São elas: o servidor da Agência Nacional de Saúde (ANS), Carlos Eduardo Menezes de Rezende; integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Nelson Mussolini; o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Consems), Elton da Silva Chaves; e representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Luiz Claudio Lemos Correa.

Também foi aprovada a realização de uma audiência pública com um grupo formado por pessoas que tiveram a doença e ficaram com sequelas e que perderam familiares na pandemia do coronavírus. A audiência tem prevista, ainda, a presença do presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos, que atua com foco nos direitos humanos, combate ao empobrecimento e redução de homicídios.

A prática de aprovar requerimentos de convocação e não marcar o depoimento não é incomum. Foram vários os casos do tipo durante os meses de funcionamento da CPI, instalada desde abril deste ano.

CPI encerra trabalhos na próxima semana

Por enquanto, estão mantidos os planos da cúpula da CPI de encerrar os trabalhos na próxima semana. O relator, senador Renan Calheiros (CMD-AL), pretende estar com o relatório final pronto ainda na segunda-feira para distribuir aos integrantes da comissão por meio de um sistema interno do Senado. Assim, na terça-feira (19), o documento será apresentado de forma pública à CPI. No dia seguinte, 20 de outubro, será feita a votação.

Renan já confirmou que vai pedir o indiciamento do presidente Bolsonaro e de Marcelo Queiroga. Ele disse também que a lista que será enviada ao Ministério Público pode passar de 40 e chegar a 50 nomes.

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