Os integrantes da CPMI de 8 de janeiro aprovaram, nesta quinta-feira (24), as quebras de sigilo telefônico do hacker Walter Delgatti Netto e da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). 

Os dois são investigados pela Polícia Federal por suposta invasão a sistemas de informática do Judiciário com o intuito de desmoralizar, com a inserção de informações falsas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Walter Delgatti disse, em depoimento à CPMI, na semana passada, que Carla Zambelli  foi a responsável por ordenar o crime. Ela nega. Zambelli também intermediou uma reunião entre Delgatti e o então presidente Jair Bolsonaro, na qual eles teriam discutido como seria possível fraudar o código-fonte das urnas eletrônicas, antes das eleições do ano passado. A deputada e o hoje ex-presidente admitem o encontro, mas negam a proposta.

O pedido de quebra de sigilo de Zambelli provocou bate-boca entre parlamentares da base e da oposição na terça-feira (22). A reunião foi fechada à imprensa, mas foi possível ouvir vários gritos dos parlamentares, em diversos momentos. Aliados de Bolsonaro eram contra a medida e queriam apenas a convocação da deputada. A discussão levou ao cancelamento da sessão da última terça.

Presidente da CPMI diz que relatório final deve ser apresentando em 17 de outubro

Os membros do colegiado também aprovaram nesta quinta outros 55 requerimentos. Entre eles os que convocam para depor o tenente-coronel Mauro Cid e o segundo-tenente Osmar Crivelatti, ajudantes de ordem do então presidente Jair Bolsonaro.

No início da sessão, o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), afirmou que prevê encerrar a CPMI em outubro. Segundo ele, a expectativa é que a relatora, Eliziane Gama (PSB-MA), leia o relatório final em 17 de outubro e que o documento seja votado na sessão seguinte.

Maia também disse que devem ser realizadas mais 12 oitivas até o encerramento da comissão, entre elas a do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias.

Ainda nesta quinta, a CPMI vai ouvir o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, também ex-assessor de Jair Bolsonaro.