Debate

Flávio Bolsonaro sugere a Lula dormir em embaixada para poupar dinheiro público

Senador fez a declaração na sessão da CCJ que aprovou PEC do Quinquênio, que turbina os salários de juízes e promotores de Justiça; ele votou a favor

Por Renato Alves
Publicado em 17 de abril de 2024 | 14:36
 
 
 
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriu nesta quarta-feira (17) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durma em unidades militares e embaixadas durante viagens nacionais e internacionais para economizar dinheiro público.

“Nem nos pequenos exemplos o governo Lula dá exemplo de preocupação das despesas com o dinheiro público. Basta ver os passeios internacionais. Não se preocupa um segundo em dar exemplo. De repente dormir em uma embaixada, em um quartel militar, para economizar dinheiro público. Leva uma comitiva de bilhões de reais previstos para os quatro anos de governo Lula. Se o governo tivesse preocupação de despesa, em vez de mudar a meta quando ver que não vai atingir, faria um esforço para reduzir despesa”, disse o senador.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávio fez a declaração na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que turbinou os salários de juízes, promotores de Justiça, defensores públicos, delegados da Polícia Federal e procuradores (advogados) dos Estados e do Distrito Federal. A chamada PEC do Quinquênio prevê 5% de aumento a cada cinco anos para esses profissionais. Flávio, que é advogado, votou a favor. 

Aposentados e pensionistas também serão beneficiados com o penduricalho, que pode ser ressuscitado após ser extinto há quase 20 anos. O governo teme um efeito cascata e pressão sobre o Orçamento público em todas as esferas, federal, estadual e municipal. O Ministério da Fazenda estima impacto de R$ 42 bilhões por ano nas contas públicas. 

Hospedagem em embaixada

Em julho do ano passado, a deputada federal bolsonarista Roseana Valle (PL-SP) apresentou um projeto de lei para obrigar Lula a se hospedar em embaixadas sempre que viajar para fora do Brasil. Pelo texto, as embaixadas terão de oferecer acomodações adequadas ao presidente da República, o qual, por sua vez, teria obrigatoriamente que se hospedar nas representações diplomáticas.

Segundo a proposta, o presidente só poderia buscar um “local alternativo” para pernoitar caso esteja em um país em que a embaixada não tenha condições de recepcioná-lo. A proposta não foi adiante.

Bolsonaro na embaixada da Hungria

Flávio é filho do ex-presidente que, recentemente, protagonizou um episódio relativo a uma hospedagem em embaixada. Durante o Carnaval, Jair Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília. O ex-presidente foi para a representação diplomática, acompanhado de dois seguranças.

A ida ocorreu após a Polícia Federal apreender o passaporte diplomático dele em operação sobre suposta trama para golpe de Estado que impediria a posse de Lula e o manteria no poder.

Bolsonaro fez um vídeo convocando apoiadores para ato em apoio a ele, na Avenida Paulista, pouco antes de entrar na embaixada. A PF investiga o episódio.

 

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