O tenente-coronel Mauro Cid informou que ficará em silêncio durante os questionamentos de parlamentares a ele na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro. O depoimento de Cid foi marcado para esta terça-feira (11). Antes, ele teve a quebra de sigilo telemático aprovada pelo colegiado.

Preso, ele chegou ao Congresso Nacional sob escolta da Polícia do Exército e entrou no prédio por uma entrada reservada. Fardado, fez uma apresentação da função que exercia na Presidência da República.

Ao final da apresentação, Cid informou que não responderia às perguntas por orientação de sua defesa. O militar compareceu à CPMI munido de um habeas corpus, concedido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o autoriza a ficar em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo.

"Com todo respeito à Vossa Excelência, mantenho as minhas considerações iniciais dentro do escopo dos temas que estão sendo investigados. Seguindo a orientação da minha defesa técnica e o habeas corpus, permanecerei em silêncio", se limitou a responder às perguntas feitas pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Nas considerações iniciais, ele declarou que a função de ajudante de ordens é de responsabilidade das Forças Armadas. Ele também citou que é investigado em pelo menos oito ações e comentou a manutenção de sua prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Mauro Cid foi convocado para depor por conta do conteúdo encontrado pela Polícia Federal no celular dele. Havia, no aparelho, um documento com uma espécie de plano de golpe. O militar foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu as eleições em 2022 para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).