REAÇÃO

Pacheco critica PEC que possibilita proibir operações da PF contra parlamentares

Proposta foi apresentada pela oposição na Câmara após ações que miram bolsonaristas

Por Levy Guimarães
Publicado em 28 de fevereiro de 2024 | 20:17
 
 
 
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou receio em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita operações da Polícia Federal (PF) cujos alvos sejam parlamentares.

Em discussão entre líderes da Câmara dos Deputados, a PEC prevê que ações judiciais, como mandados de busca e apreensão, só poderão ser cumpridas com a autorização da Mesa Diretora da Câmara ou do Senado, caso elas tenham como alvo um deputado federal ou senador. O presidente da Casa legislativa teria até 10 dias para analisar o pedido.

Questionado sobre a proposta, Pacheco defendeu que busca e apreensão “se aplica a todo cidadão brasileiro investigado, independente da posição que ostente”, e se disse contra abrir brechas para se vetar esse tipo de operação.

“Não é razoável pensarmos a proibição de medidas cautelares em qualquer tipo de segmento ou de nível de autoridade pública. Isso é um meio de investigação dado ao direito de quem investiga poder coletar provas, mas é preciso ter critério, forma e equilíbrio. Mas uma proposta que extingue essa possibilidade eu acho muito difícil avançar, especialmente por algum vício de constitucionalidade que possa ser apontado”, declarou.

O senador afirmou, no entanto, que é possível discutir uma eventual proposta sobre a “forma” como uma operação possa ser executada no ambiente do Congresso Nacional, desde que não haja possibilidade de proibição.

A PEC foi tema de discussão da última reunião de líderes da Câmara, na terça-feira (27). O presidente da Casa, Arthur Lira, pediu que os líderes fizessem um levantamento em suas respectivas bancadas para medir a temperatura. A intenção é avançar com o texto apenas se houver um amplo consenso, para evitar uma imagem de afronta aos ministros do STF.

A PEC foi apresentada após sucessivas operações da PF que miraram deputados da oposição, como Alexandre Ramagem (PL-RJ), no inquérito que apura um suposto esquema de espionagem ilegal na Abin, e Carlos Jordy (PL-RJ), na investigação sobre os atos de 8 de Janeiro. Tanto Lira como Pacheco foram pressionados por uma parte dos parlamentares a se posicionar em defesa dos deputados.

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