O vice-presidente, general Hamilton Mourão, classificou como "conversa privada" e minimizou a troca de mensagens atribuídas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF).

Material obtido e divulgado pelo site Intercept Brasil no último domingo mostra troca de colaborações entre eles quando Moro era juiz e atuava na Operação Lava Jato.

"Conversa privada é conversa privada, né? E descontextualizada ela traz qualquer número de ilações. Então o ministro Moro é um cara da mais ilibada confiança do presidente, é uma pessoa que, dentro do país, tem um respeito por parte enorme da população, haja vistas aí as pesquisas de opinião que dão a popularidade dele", afirmou Mourão, ao deixar o Palácio do Planalto nesta segunda-feira (10).

Segundo Mourão, conversas privadas acabam sendo "pinçadas" e tiradas de contexto. "Toda vez que você pega uma conversa privada, eu pinço aqui, acolá, fora de um contexto", afirmou.  Questionado sobre o fato de conversas privadas terem sido usadas por investigadores na Lava Jato, Mourão respondeu apenas que "é diferente".  

O vice-presidente disse "não ver nada de mais" no caso e descartou a possibilidade de a troca de mensagens entre o então juiz e o procurador interferirem na Lava Jato. "Em relação aos processos ocorridos na Lava Jato, todos eles passaram por primeira, segunda e outros já chegaram na terceira instância. Então, eu não vejo nada demais nisso aí tudo".

Mourão disse não ter tratado sobre o assunto com o presidente Jair Bolsonaro, com quem se reuniu na manhã desta segunda, num encontro que não estava previsto nas agendas públicas. "De vez em quando o presidente quer ter um tempo só para os dois [presidente e vice] conversarem. Não tocamos nesse assunto, tocamos em outras histórias", afirmou.

O general disse ter "visto por alto" a troca de mensagens atribuídas a Moro em uma emissora de televisão na manhã desta segunda.