O fato de ser servidor público aumenta em 125% as chances de o eleitor votar no ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para o governo de Minas, segundo análise realizada pela pesquisa DATATEMPO. A comparação é feita com as demais profissões presentes na pesquisa, como empregados do setor privado, autônomos, donas de casa, aposentados, profissionais liberais, empregadores e estudantes.

Com base em 2.000 entrevistas domiciliares, o DATATEMPO realizou uma análise de regressão logística para chegar aos fatores que determinam o voto dos mineiros para governador.

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Principal adversário de Kalil, o governador Romeu Zema (Novo) tem uma relação conturbada com os servidores públicos do poder Executivo de Minas Gerais. Por um lado, ele colocou fim ao parcelamento dos salários, que era adotada desde 2016. O governador também passou a pagar o 13º salário em dia e terminará de pagar a dívida relativa às férias-prêmio até o final do ano.

Apesar disso, ele colecionou episódios de tensão com o funcionalismo. Em 2019, Zema concordou em conceder recomposição salarial para as forças de segurança do Estado. Seriam três parcelas: 13%, 12% e 12%. Após aprovação pela Assembleia Legislativa (ALMG), o governador voltou atrás e vetou as duas últimas. Insatisfeitos, policiais e bombeiros fizeram uma espécie de “greve branca” no início deste ano para cobrar o que havia sido prometido no início do governo.

Também em 2022, o governador sancionou recomposição salarial de 10% para todos os servidores, mas vetou percentuais adicionais propostos pela ALMG, de 33% para a educação e de 14% para a saúde e para as forças de segurança. A atitude resultou em greve dos professores por um mês e paralisações pontuais dos servidores da saúde, além do já citado movimento das forças de segurança

Os vetos de Zema foram derrubados pelos deputados estaduais. O governador, então, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguiu impedir os percentuais adicionais sob a justificativa de que eles eram ilegais, já que a ALMG não apresentou o impacto financeiro e nem de onde viria o dinheiro para custear o reajuste extra.

Pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Os dados foram coletados de 27 de maio a 1º de junho de 2022. Foram realizadas 2.000 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. Pesquisa registrada sob os registros TSE nº BR-00448/2022 e TRE nº MG-05705/2022.