O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado (2), que “delegados indicados” por Disney Rosseti, chefe interino da Polícia Federal, ouvirão o ex-ministro Sérgio Moro, em Curitiba, para evitar que o ex-juiz preste depoimento para a equipe do futuro diretor-geral da corporação.

“Oitiva de Moro será feita por delegados indicados pelo Diretor em exercício da PF, Dr.Disney Rosseti? Apressaram a oitiva para um sábado, logo após o feriado, que foi sexta. Isso é vontade de esclarecer os fatos ou impedir que Moro seja ouvido pela equipe do próximo DG-PF (delegado-geral da PF)?”, escreveu o deputado em sua rede social na manhã deste sábado (2).

O deputado, contudo, não menciona o fato de que foi a decisão do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal e relator do caso, que deu ordens à Polícia Federal, através do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Combate ao Crime Organização, para colher o depoimento de Moro. Por conta disso, a PF não escolheu os delegados para a oitiva.

O ministro também deu prazo rigoroso de cinco dias para a realização do depoimento. Portanto, ele deveria ser conduzido até a próxima segunda, 4. Desde a liminar que barrou Alexandre Ramagem na chefia da PF, o Planalto não apresentou outro nome para ocupar a cadeira de diretor-geral da corporação, que recai interinamente para o delegado Disney Rosseti.

Disney Rosseti é o número dois de Maurício Valeixo e, por conta disso, assumiu interinamente a direção-geral da PF até novo nome ser indicado pelo governo Bolsonaro.

Resposta

No início da tarde, a Polícia Federal divulgou uma nota afirmando que o depoimento foi determinação do Supremo Tribunal Federal. “O depoimento é colhido nas dependências da Polícia Federal em Curitiba/PR, por tratar-se da cidade de domicílio do depoente, como é praxe nas investigações da PF; e ocorre na data de hoje em virtude do prazo de 5 dias determinado, na última quinta-feira, pelo decreto ministerial. A equipe que dá cumprimento à ordem, assim como a presença de membros da Procuradoria-Geral da República, também foi definida na própria decisão do Ministro (Celso de Mello), que designou os integrantes do SINQ -Serviço de Inquéritos da DICOR - Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal”, diz a nota.