Eleições

Deputados da ALMG avaliam trocas de partido em 2022, mas cenário é indefinido

Diversos partidos ainda não se posicionaram sobre quem apoiarão para presidente e governador, o que adia as decisões

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 30 de novembro de 2021 | 05:00
 
 
 
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Com as eleições cada vez mais próximas, deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) têm se movimentado para definir por qual partido e para qual cargo disputarão o pleito do ano que vem. As conversas se intensificaram nas últimas semanas, mas o cenário é indefinido porque ainda não está claro os rumos e as alianças de cada partido. A janela partidária, quando os parlamentares podem trocar de sigla sem perder o mandato, ocorre em março.

“O que eu vejo hoje na Assembleia é que a maioria dos deputados vai aguardar o início do ano para que as coisas estejam mais claras, como a definição de candidaturas a presidente da República e ao governo do Estado. Aguarda-se essa tomada de posição dos partidos na esfera nacional e estadual porque o deputado tem um caminho, se ele vai caminhar com o Zema ou com outro candidato. Ele espera para ver qual é o rumo que as legendas nas direções estaduais e nacionais vão optar”, disse o deputado estadual Arnaldo Silva (DEM).

O partido dele se fundiu com o PSL, o que resultou na criação do União Brasil. O deputado afirma que ainda não definiu seu futuro partidário. “Estou aguardando concluir a fusão e como vai ficar a direção do partido em Minas. É muito prematuro”, declarou Silva, que acrescentou que a única definição é que ele tentará a reeleição para a ALMG.

Um deputado que tem destino certo é Bruno Engler (PRTB). “Irei acompanhar o presidente [Jair Bolsonaro] rumo ao PL, e pretendo me candidatar a deputado federal”, afirmou.

Quem também vai tentar trocar a ALMG pela Câmara dos Deputados é Guilherme da Cunha (Novo). Já Bartô (sem partido), que se elegeu pelo Novo mas foi expulso da legenda neste ano, tentará a reeleição. Oficialmente, o deputado diz que está conversando com várias siglas, mas pessoas próximas a ele citam o PL e o PRTB como os destinos mais prováveis.

Outro que tentará alçar vôos mais altos é Cleitinho Azevedo (Cidadania), que é pré-candidato ao Senado. “Aí tem que ver se o partido vai me dar a vaga. Se o partido não me garantir a vaga, tenho que procurar outro partido que me dê essa vaga”, explicou. O Cidadania discute a nível nacional formar uma federação com o PV e a Rede.

No MDB, que tem a segunda maior bancada da casa com 7 deputados — mesmo número do PSD —, pode haver uma debandada, como mostrou O TEMPO na quinta-feira (25), devido a problemas internos no partido. O único que a permanência é dada como certa é Tadeu Martins Leite. A avaliação nos corredores da ALMG é que a reeleição dele é garantida, independente dos rumos que o partido tomar, porque o parlamentar tem votação consolidada no Norte de Minas.

Já Sávio Souza Cruz (MDB) e Celise Laviola (MDB) são candidatos a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Esta última, inclusive, estuda lançar o filho como candidato à ALMG. João Magalhães (MDB) também avalia não se candidatar à reeleição para deputado estadual e lançar sua irmã, a ex-prefeita de Manhuaçu, na Zona da Mata, Cici Magalhães.

Dos três deputados estaduais do Avante, dois estão de saída do partido: Bosco e Roberto Andrade. “O que eu posso dizer é que certamente irei para um partido da base que estará com o governador Zema. Agora, qual partido será eu não sei, ainda estamos conversando”, disse Andrade, que tentará a reeleição, assim como Fábio Avelar. A reportagem não conseguiu contato com Bosco.

Bancada do PT, maior da ALMG, tentará reeleição

A bancada do PT no Legislativo estadual tem nove deputados e oito deles serão candidatos à reeleição: André Quintão, Beatriz Cerqueira, Betão, Cristiano Silveira, Doutor Jean Freire, Leninha, Marquinho Lemos e Ulysses Gomes.

A única dúvida é Virgílio Guimarães. “Eu estou disponível para o que o partido precisar. Não tenho definição e tenho que ouvir o partido e, dentro dele, o meu grupo político. Posso sair a federal, a nada, ao Senado, a suplente, a vice, a governador. [...] Posso sair a qualquer coisa. Não tenho projeto pessoal mais”, disse o deputado.

Uma aposta entre os petistas é que a bancada deve aumentar nas próximas eleições por causa da candidatura do ex-presidente Lula (PT) à presidência da República, o que ajuda a atrair mais votos para a legenda. “Nós temos expectativa de crescimento, nós vamos crescer muito em relação à última eleição”, projetou Guimarães.

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