Brasília. Às vésperas do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para começar em 1º de agosto, a defesa do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu tem estratégia definida: tentar desvincular seu nome dos demais envolvidos no escândalo que porá 38 pessoas no banco dos réus.


Apontado pelo Ministério Público como chefe do "organograma delituoso", José Dirceu, agora, tenta afastar de sua sombra figuras como o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério.


O advogado de Dirceu, José Luiz de Oliveira Lima, em entrevista a "O Globo", disse que o ex-ministro petista nunca teve proximidade com Valério, tampouco teria indicado Delúbio para a tesouraria. Ele rebate a acusação do Ministério Público de que Dirceu comandava o partido de dentro do governo federal.


"O mensalão não existe. Eu falo que José Dirceu deixou de participar da direção do PT com base em depoimentos. É humanamente impossível um homem público exercer um cargo de ministro-chefe e ainda interferir nos atos de dirigentes do PT", alega o advogado.