A dívida consolidada de Minas Gerais cresceu 15% em 2019, o maior percentual entre os Estados brasileiros na comparação com o ano de 2018, de acordo com relatório divulgado na última semana pelo Tesouro Nacional.
Segundo a Secretaria da Fazenda, a variação do dólar foi um dos fatores que influenciaram no crescimento da dívida, que chegou a R$ 122 bilhões.
“É preciso considerar que cerca de 20% da dívida está atrelada ao dólar. Essa dívida em moeda estrangeira variou quase 16%, entre 2019 e a semana passada”, informou a secretaria.
A situação pode piorar se o dólar continuar em um patamar elevado. Por causa da expansão mundial do novo coronavírus e da queda do preço do petróleo causada pela briga entre Rússia e Arábia Saudita, o dólar passou de R$ 4,70 na manhã de segunda-feira (9).
A dívida também cresceu por causa das liminares obtidas pelo governo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o não pagamento das parcelas da dívida com a União. Os pagamentos suspensos somam R$ 12 bilhões.
“Além disso, há o próprio crescimento da dívida com a União pelo não pagamento, incluindo-se a cobrança de juros e multas que incidem já que a suspensão do pagamento foi obtida via liminar”, afirma nota da secretaria.
Mesmo assim, as liminares são consideradas positivas porque permitem ao governo fôlego no curto prazo para pagar despesas que mantêm o Estado funcionando, como a compra de medicamentos, por exemplo. Se as liminares forem derrubadas, Minas Gerais teria que pagar os valores imediatamente.