Debate

Duda Salabert e Nikolas Ferreira discutem em plenário por uso de máscara

Vereadora disse que parlamentar estava há 15 minutos sem o equipamento de proteção, enquanto Ferreira disse que o assunto era algo vergonhoso

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 16 de junho de 2021 | 18:27
 
 
 
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O clima da reunião plenária desta quarta-feira (16) na Câmara Municipal de Belo Horizonte esquentou durante uma discussão entre a vereadora Duda Salabert (PDT) e o vereador Nikolas Ferreira (PRTB). Ao pedir a palavra para assuntos relevantes, Duda afirmou que o parlamentar estava há mais de 15 minutos sem usar a máscara de proteção contra o coronavírus em plenário. Em resposta, Ferreira questionou a “falta de assunto” da vereadora e disse que ela queria “like”.

 

 

Durante o discurso inicial, Duda afirmou que 2020 foi o ano mais letal da história do Brasil, que segundo ela, registrou aumento de 31% das mortes em comparação com a média histórica. “Não vencemos a pandemia e estou vendo nesse plenário há mais de 15 minutos o vereador Nikolas sem máscara. Somos mães e pais de família, a nossa preocupação é com a nossa família, tenho vindo no plenário duas vezes no plenário por preocupação com a minha saúde, com a saúde de Belo Horizonte e de nossa família. Se a nossa preocupação é com a família, a Casa tem que dar exemplo para a cidade. Ele continua sem máscara, é complicado em contexto de pandemia defender o básico que é a máscara. 15 minutos sem máscara é desrespeito à saúde pública. As câmeras filmaram o processo, eu fiquei observando, uma coisa é tomar uma água, outra coisa é ficar 15 minutos. Isso segundo os órgãos internacionais já colocam em risco todos os vereadores aqui presentes. Faço isso, Nikolas por professora que sou, que tenho o dever moral e a minha formação de correção quando vejo erro. O debate não é ideológico, é de respeito à saúde pública”, afirmou.

 

Ao pedir a resposta, Nikolas Ferreira inicial questionando a falta de assunto da parlamentar. “Tá querendo like, tá querendo voltar à mídia porque não tem mais nada pra falar. Estava tomando água e falar que estou colocando em risco os vereadores tá de sacanagem.  É impressionante falar que não é ideológico, é o que então? Isss não é no mínimo nem racional, não vi você vir aqui falar sobre as manifestações em apoio ao Lula que estavam descumprindo protocolos. O que você está fazendo aqui? Fica em casa. Se vier pra cima de maneira injusta, é super necessário eu também me defender aqui. Falar que eu estou colocando em risco a vida dos vereadores? Que demagogia, falta de assunto, tem coisa mais importante pra BH resolver”, ponderou.

 

Após a resposta de Ferreira, Duda voltou ao pinga-fogo do plenário para se defender. Segundo a  vereadora, existem assuntos para serem discutidos na capital, mas não pode apagar o assunto central do mundo atualmente que é a pandemia. “O que estou dizendo é que busco tomar atitudes preocupada com a saúde. E no meu discurso de posse falei que o mandato estava na busca de fortalecer a saúde. E quando vamos discutir saúde social, um fator primordial é o uso das máscaras”, disse.

 

Para finalizar a discussão, Nikolas Ferreira também voltou ao microfone para dizer que era “lamentável e uma demagogia absurda”, já que não acusou ninguém de ficar sem o equipamento de proteção, embora em alguns momentos os parlamentares retirem a máscara. “Você para um trabalho, momentos aqui da Casa para poder acusar um vereador de estar sem máscara e fazer palanque político. Realmente a gente fica sem palavras para falar porque é uma coisa inútil, é vergonhoso, assim, mas cada um com sua gana em combater as coisas. Perda de tempo absurda e só deixo a minha pena de não ter nada para falar de mim, do meu trabalho e vem cá fazer palanque político. Nada como um dia após o outro”, concluiu.

 

Atualmente, Duda move um processo interno na Câmara e outro na Justiça comum contra Nikolas Ferreira por transfobia. À época do processo interno, Ferreira disse à reportagem que a peça era mal fundamentada, que emitiu uma opinião baseada na imunidade parlamentar e que estavam querendo o punir por chamar “homem de homem”.

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