Assembleia

Em greve, servidores pressionam deputados da base a votar contra adesão ao RRF

Projeto pode ser votado em 1° turno pela Comissão de Administração Pública, onde está já há quase 15 dias

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 14 de novembro de 2023 | 18:49
 
 
 
normal

Os servidores públicos presentes nesta terça-feira (14/11), na audiência da Comissão de Administração Pública (APU) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), pressionam os deputados da base do governo Romeu Zema (Novo) a votar contra a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) da União. O Projeto de Lei (PL) 1.202/2019 pode ser votado em 1° turno pela APU, onde está já há quase 15 dias após ser aprovado apenas pela Comissão de Constituição e Justiça. 

Em greve geral, os servidores, que lotaram o Auditório José Alencar, que, com capacidade para 168 pessoas sentadas, é o maior da ALMG, entoavam, entre uma fala e outra, "se votar, não volta". Além do presidente em exercício da APU, Roberto Andrade (Patriota), estão presentes da base de governo o líder de governo, João Magalhães (MDB), que substitui o deputado Leonídio Bouças (PSDB), a deputada Nayara Rocha (PP) e o deputado Zé Laviola (Novo). 

Nayara, que é filha da prefeita de Vespasiano, na Região Metropolitana, Ilce Rocha (PSDB), chegou a escutar "Vespasiano, a Nayara vai votar é contra". A deputada, que é titular da APU, tem estado presente em todas as recentes reuniões da APU para discutir o PL 1.202/2019, que é obstruído pelo bloco de oposição a Zema, que tem apenas 20 dos 77 deputados da ALMG, há, pelo menos, quatro sessões. 

Filho da ex-deputada Celise Laviola (Cidadania), Laviola, que, assim como Nayara, está no primeiro mandato, foi outro a ser pressionado pelos servidores presentes. "Ô, Laviola, sai fora! Ô, Laviola, sai fora!", cantaram os presentes.

Os próprios deputados da oposição, como o deputado Professor Cleiton (PV), têm apelado para os colegas da base em busca de barrar a votação da adesão ao RRF. "Tenham um sentimento caritativo com os deputados da base, porque já estão colocando esses deputados em uma situação de pressão, em uma situação em que eles não gostariam de estar, porque sabem que estão votando a pior lei da história de Minas Gerais e vão ser derrotados", afirma o deputado. 

Já a deputada Beatriz Cerqueira (PT) aponta que "todos os deputados tiveram votos de servidores públicos e de familiares de servidores públicos". "Estão induzindo a ALMG a votar uma matéria completamente sem condições junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN). (O governo) Expõe parlamentares a se posicionar, a votar favoravelmente ao PL 1.202/2019, que está tudo errado", afirma, lembrando do parecer desfavorável da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). 

Além de deputados da base, o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, e o subsecretário de Planejamento e Orçamento, Felipe Magno, estão presentes na audiência para prestar esclarecimentos sobre o plano de recuperação fiscal apresentado pelo governo Zema à STN. Convidada, a secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, não compareceu por motivos de saúde e, por isso, foi substituída por Magno.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!