O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, garantiu que, enquanto estiver no cargo, o governo não permitirá retrocessos nos avanços contra a corrupção no país. Defendendo a tramitação do projeto anticrime que apresentou ao Congresso, enquanto o Legislativo também discute a reforma da Previdência, Moro declarou também que o combate à criminalidade vai gerar ganhos para a economia no país.
"Não vai ser no meu turno como ministro que nós vamos deixar esses esforços anticorrupção serem perdidos", disse Moro durante o evento "Estadão Discute Corrupção", realizado na sede do jornal "O Estado de S.Paulo" em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.
O ministro se demonstrou otimista com o avanço dos trabalhos contra a corrupção. "Não existe possibilidade de retrocesso. Pessoas estão cumprindo suas penas, algumas já cumpriram suas penas", observou o ex-juiz. Para Moro, é necessário auxílio do governo, do Congresso e das cortes judiciais para que não haja retrocesso.
Ao defender o pacote anticrime, o ministro declarou que a proposta visa a diminuir as oportunidades para prática de corrupção. Moro enfatizou que o avanço no trabalho iniciado pela Operação Lava Jato vai gerar ganhos para a economia brasileira.
"Temos que trabalhar juntos com o sistema político, o Congresso, o governo e as cortes judiciais para que não tenhamos retrocessos no avanço anticorrupção."
Ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro defendeu o instrumento de prisões preventivas e, ao fazer referência às encarceramento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), declarou que não tem essas detenções como um "troféu".
"Não é um troféu. Quando um juiz manda alguém à prisão é sempre algo lamentável. Pessoalmente, o juiz nunca fica feliz com isso", disse. "Mas pessoas devem responder por suas escolhas", comentou.
Moro classificou como "escabrosos" os modelos de contratos feitos nas refinarias de Pasadena (EUA) e Abreu e Lima para desvio de recursos públicos destinado ao pagamento de propina a agentes da Petrobras e políticos. "Esse sistema de corrupção impede a produtividade, impede a eficiência econômica", declarou.